Um paraíso com vida própria

Muito se fala sobre Porto Seguro, um sítio histórico de elevada importância para que conheçamos o início da civilização brasileira. O lugar por onde a esquadra de Pedro Álvares Cabral passou até encontrar um ponto de desembarque no dia 26 de abril – após ter avistado o Monte Pascoal no dia 21 de abril – é hoje uma das opções de viagem para brasileiros e estrangeiros de todos os cacifes, e os anúncios estão aí para provar isso. Partindo de Curitiba, em baixa temporada, os preços podem variar de R$ 600, ou menos, a R$ 1 mil na alta temporada. Isso quer dizer que Porto Seguro tem um turismo massificado e direcionado para quem gosta do axé e da música popular baiana, sempre rodeado de belas praias e o agito da noite.

Mas se Cabral, há pouco mais de quinhentos anos, teve que percorrer cerca de 120 quilômetros ao norte para superar a barreira de corais que o impediu de desembarcar em frente ao Monte Pascoal, a grande faixa sul de Porto Seguro vive hoje uma nova “febre de redescobrimento”. Ao lado da sede do município, onde o turismo de larga escala é o único roteiro possível, o distrito de Arraial d’Ajuda começa a despontar como destino para quem tem bom gosto e está ávido por conhecer belezas cênicas naturais ímpares e que aliam conforto e infra-estrutura.

Para conferir este novo destino, a reportagem de Viagens e Turismo de O Estado passou seis dias hospedada no Arraial d’Ajuda Eco Resort, um dos melhores hotéis de lazer do Brasil, e traz nesta semana algumas dicas e histórias para que você fique por dentro de um roteiro que vale a pena conhecer. Mas cuidado, passeios e locais indicados podem mudar sua vida, assim como modificaram a vida de alguns dos nossos personagens. Afinal, o destino Arraial tem tudo para se transformar na nova “meca” do turismo nacional e seu magnetismo pode cativá-lo para se transformar num cidadão local.

Infra-estrutura

Até meados dos anos 90, até mesmo a vida dos habitantes de Arraial era complicada. Sem a infra-estrutura que hoje possui, o local era mais conhecido como um ponto de encontro para a comunidade hippie onde, desde o final dos anos 60, muitos “bichos-grilos” se reuniam para curtir a natureza de forma selvagem, acampados à beira da praia. Gente que não se preocupava com a estrutura, mas apenas em curtir o lugar.

“Quando chovia por muitos dias, a vila ficava desabastecida, pois nenhum tipo de veículo conseguia chegar ao platô onde fica a Igreja de Nossa Senhora da Ajuda”, explica Samira Martins, uma paulistana que começou duas faculdades e trocou a maior cidade da América Latina pelo sossego d’Ajuda.

Aliás, Samira, que hoje trabalha como uma das executivas do Eco Resort, explica que Arraial d’Ajuda é apenas um dos roteiros possíveis dentro do “produto” Porto Seguro. Hoje, boa parte da vila, que se situa depois de cruzar o Rio Buranhém, tem calçamento, os acessos de terra e chão batido recebem manutenção adequada e, mesmo após um período de chuvas fortes, as estradas da região suportam bem o “tranco”.

Opções

Arraial aproveita sua posição privilegiada para oferecer um leque completo: conforto, requinte e passeios inesquecíveis, num pedaço do Brasil que, até agora, apenas alguns poucos privilegiados conheciam – o local é o destino de alguns dos mais bem sucedidos empresários do Brasil, assim como de artistas que povoam a teledramaturgia nacional.

Muito além de se colocar como opção única, o Arraial d’Ajuda Eco Resort se associou a parceiros do próprio distrito e está desenvolvendo um trabalho capaz de alavancar uma gigantesca gama de turistas ávidos por novidades. Para tanto, conta com uma “mãozinha” – e tanto – da natureza.

As falésias (rochas altas e íngremes à beira-mar) das encostas do sul do município de Porto Seguro dão um diferencial aos principais pontos de visitação, como as praias da Pitinga, Curuípe, Espelho das Maravilhas, Trancoso, dos Coqueiros, Nativos, Pedra Grande e dos Amores.

Tomando-se um barco no pier exclusivo do hotel, pode-se visitar o Rio Buranhém, seus manguezais ricos em vida marinha e um estuário importante para o equilíbrio ecológico da região.

As emoções se completam com visitas às aldeias indígenas de Imbiriba (no meio do caminho para se chegar ao Espelho) e Barra Velha (a maior das aglomerações indígenas dos pataxós do sul da Bahia). Artesanato e apresentações de crianças e jovens pintados e caracterizados fazem parte do roteiro de contato com gentios que preservam suas riquezas culturais. São alguns dos diferenciais que fazem desses passeios um prazeroso mergulho nas profundas e distintas belezas da região.

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