Pantanal tem Reserva do Patrimônio Natural

Cerca de 5,6 mil hectares da Estância Caiman – fazenda de 53 mil hectares que abriga o Refúgio Ecológico Caiman, empreendimento do Pantanal sul-mato-grossense – acaba de ganhar o título de RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural). Localizada em Miranda (a 236 quilômetros de Campo Grande), a unidade de conservação – que receberá o nome de Reserva de Propriedade do Patrimônio Natural Dona Aracy – é uma das maiores RPPNs do Pantanal.

A reserva será inaugurada oficialmente em julho, quando também serão iniciadas as atividades de um Centro de Interpretação da Natureza no Refúgio Ecológico Caiman. “Com a promulgação do decreto que cria a RPPN, consegui realizar um sonho que acalento há mais de vinte anos: a consolidação de três projetos interligados – a atividade de pecuária da fazenda, o turismo e o projeto de proteção ambiental”, informa Roberto Klabin, proprietário da Estância Caiman e presidente do Refúgio Ecológico Caiman. Mais de dois mil hectares da reserva apresentam uma vegetação popularmente conhecida como “cerradão” (ou floresta estacional semidecidual).

Como essa área não é inundável, ela é amplamente utilizada na região como pastagem natural para a pecuária extensiva de corte. A conversão dessa área numa RPPN garante a conservação ambiental da região e, conseqüentemente, das espécies que vivem nesse habitat. “Essa é inegavelmente uma área significativa do ponto de vista ambiental”, afirma Álvaro Fernando de Almeida, professor do Setor de Conservação de Natureza e Gestão de Impactos Ambientais do Departamento de Ciências Florestais da USP, que, com sua equipe, pesquisa a região desde 1985 e foi responsável pela identificação e definição da área delimitada para a RPPN, considerando o que melhor representasse a diversidade biológica local.

A área da RPPN abriga e protege, de acordo com Almeida, quarenta espécies de mamíferos, 368 espécies de aves, quinze de répteis, quatro de anfíbios e 21 espécies de peixes. “No entanto, futuras pesquisas e observações rotineiras poderão elevar bastante a listagem dessa inestimável riqueza biológica, verdadeiro patrimônio do Brasil”, diz o professor. Entre essas espécies relacionadas, dez espécies de mamíferos e duas espécies de aves estão ameaçadas de extinção.

Refúgio

No Refúgio Caiman, os turistas podem escolher por se hospedar em qualquer das quatro pousadas que formam o complexo – Sede, Sede II, Baiazinha e Cordilheira. Cada uma delas está inserida numa área de paisagem diferente do Pantanal e oferece suítes equipadas com ar-condicionado e área de lazer com sala de estar e piscina. Os hóspedes podem conhecer toda a exuberância da natureza pantaneira em passeios a pé, a cavalo, em canoas canadenses ou nos “zebrões” (veículos abertos no estilo dos safáris africanos) -sempre acompanhados pelos “caimaners”, guias bilíngües com formação universitária, e pelos guias de campo, nativos que têm um profundo conhecimento sobre a região. Mais informações: (11) 3079-6622 ou www.caiman.com.br.

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