Nova Trento recebe investimentos

A canonização de Madre Paulina, oficializada pelo papa João Paulo II, completa um ano no próximo dia 19 de maio. Em Nova Trento (SC), onde a religiosa viveu de 1875 e 1933, ocorreram mudanças expressivas durante esse tempo. A principal delas foi o aumento do número de visitantes ao santuário que passou a receber oitenta mil pessoas por mês, quatro vezes mais que antes da canonização.

Outra mudança observada ocorreu em relação ao número de hotéis e restaurantes. São quatro restaurantes novos e pelo menos três hotéis prontos ou em construção. Apesar da infra-estrutura ainda ser insuficiente, Nova Trento conta com uma rede hoteleira de apoio nas cidades de Brusque (25 quilômetros) e Balneário Camboriú (55 quilômetros) que, ao todo, somam mais de 25 mil leitos.

Além disso, empresas de transportes rodoviários de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre, já chegam ao município com linhas diárias ou semanais.

Souvenir e boa comida

Colonizada por italianos, Nova Trento tem suas raízes vivas na comida farta à mesa, no vinho de boa safra, nos parreirais verdejantes, nas casas típicas e no sotaque carregado de seus moradores.

A cidade oferece, nas cantinas, casas e restaurantes, uma variedade de pratos e vinhos capazes de satisfazer os mais variados paladares.

O turista pode se fartar livremente, como manda a tradição trentina e ainda levar produtos coloniais de qualidade como queijos, salames, vinhos, licores, bolachas e toda espécie de geléias e frutas em compotas.

Na estrada de Vígolo, que liga Nova Trento ao santuário, os investimentos não param. A cada mês surgem novos locais de cafés-coloniais, lojas com souvenires e imagens da Santa.

A maioria dos turistas leva lembranças pequenas, que custam barato e fazem pouco volume. Entre elas, porcelanas, chaveiros, medalhas, escapulários, terços e tudo o que lembre Santa Paulina.

Caminhos da fé

Um caminho de peregrinação pode unir duas Santas entre Brusque e Nova Trento, se depender do Governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira.

Ele pretende agilizar a construção da Basílica Santa Paulina e dar estrutura ao caminho para os peregrinos entre o santuário de Santa Paulina e o de Nossa Senhora de Azambuja, em Brusque, integrando o turismo religioso no Vale do Rio Tijucas.

O santuário de Nossa Senhora do Caravaggio, situado no Vale de Azambuja, em Brusque, apenas trinta quilômetros de Nova Trento, é ponto de parada obrigatória de turistas de todo o Brasil, que pagam promessas e fazem pedidos à Santa ou apenas querem conhecer o local.

A igreja é decorada com vitrais coloridos e cenas da saga de Jesus Cristo expostas em quadros pintados sobre o altar.

Um quadro de nossa senhora do Caravaggio, vindo da Itália, ainda hoje pode ser admirado na gruta Nossa Senhora de Lourdes, anexa ao Santuário, um espaço onde os fiéis podem acender velas.

Azambuja tornou-se um centro de peregrinações a partir de 24 de abril de 1887, quando a capela recebeu a bênção do Padre Marcello Rocchi.

Crescendo o número de romeiros e vendo a importância espiritual que alcançava o Padre Antônio Eising inicia a construção de uma nova igreja, no mesmo ano em que chega a Brusque, 1982.

Ali não se invoca Nossa Senhora de Caravaggio, mas Nossa Senhora de “Azambuja” devido ao vale de Azambuja, onde está localizado o Santuário.

Mais informações podem ser obtidas na Secretária Municipal de Turismo de Nova Trento, pelo telefone (48) 267-1209 ou e-mail turismo@novatrento.com.

Quem foi Madre Paulina

Filha de Antônio Napoleone Visintainer e Anna Pianezzer, Amábile nasceu em 16 de dezembro de 1865 em Vígolo Vattaro, Trento, norte da Itália, a segunda filha do casal, entre quatorze irmãos. Aos oito anos Amábile ajudava os pais no trabalho da fábrica de sedas e tomava conta da avó doente. Em 25 de setembro de 1875, a família Napoleone Visintainer imigrou para o Brasil com cinco filhos, entre eles Amábile, então com nove anos, e se instalou a seis quilômetros de Nova Trento, no bairro de Vígolo.

Com doze anos, ela fez a Primeira Comunhão e, tendo seu pedido atendido, aprendeu a ler, como por milagre. A partir de então, entrosou-se na vida comunitária e, juntamente com a amiga Virgínia Rosa Nicolodi, passou a se dedicar ao ensino do catecismo às crianças e a visitas aos doentes.

Em 1890, elas fundaram a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Hoje a ordem concentra a fé de mais de seiscentas religiosas e se espalha por todos os cantos do Brasil, atingindo também seis países latino-americanos e outros três africanos. Em 7 de setembro de 1895, Madre Paulina recebeu os votos religiosos, quando adotou o nome de Madre Paulina do Coração Agonizante de Jesus. Em 1903, Madre Paulina foi chamada a São Paulo para assumir a direção de um orfanato para filhos de escravos abandonados, na colina de Ipiranga.

Madre Paulina adquiriu fama de santidade ainda em vida. Mas foi após sua morte, em 9 de julho de 1942, aos 77 anos, que vários episódios de cura de doentes começaram a ser atribuídos à imigrante italiana.

Voltar ao topo