Maior demanda exige melhoria do setor

A expectativa de um incremento no fluxo turístico doméstico e, principalmente, na demanda de turistas estrangeiros no Brasil, levou a Abav (Associação Brasileira das Agências de Viagem) a promover encontros regionais sobre turismo receptivo. A idéia é reunir os profissionais que trabalham no setor em oito cidades estratégicas para discutir problemas e, principalmente, apontar soluções que visem um melhor atendimento aos visitantes.

Os Encontros Abav de Turismo Receptivo – Ecoturismo e Aventura acontecerão, este mês e em setembro, em Porto Alegre (amanhã), Foz do Iguaçu (dia 18), Campo Grande (31 de agosto), São Paulo (2 de setembro), Belém (9 de setembro), Maceió (dia 14), Salvador (dia 21) e Rio de Janeiro (dia 24), sempre das 9h às 18h.

O presidente da Abav Nacional, Tasso Gadzanis, diz que a preocupação em melhorar o atendimento ao turista no Brasil é urgente, visto que algumas das metas do Programa Nacional de Turismo, do governo federal, apontam para a maior atração de turistas ao País. Ele se refere principalmente a duas metas: aumentar para nove milhões o número de turistas estrangeiros no Brasil e a formatação de três produtos turísticos por estado para serem divulgados nas feiras nacionais e internacionais de turismo. “Nos preocupamos com isso: quem vai receber esse pessoal e de que forma isso vai ser feito”, diz Tasso.

O presidente da Abav comenta ainda o fato de a Organização Mundial do Turismo ter previsto que, em 2005, os profissionais de turismo que “sobreviveriam” serão os que trabalham com receptivo, além daqueles que formatam e vendem pacotes e os que estão sempre buscando novos nichos de mercado (turismo religioso, direcionado à terceira idade, GLS, etc.).

Diretrizes

Durante o encontro, a Abav pretende saber quantos são os agentes que trabalham com receptivo no Brasil, de que forma trabalham e também quer conhecer os problemas e discutir soluções para saná-los. O ecoturismo e o turismo de aventura fazem parte dos encontros já que são segmentos que trabalham diretamente com o turista que chega a uma cidade com este potencial.

Os resultados dos encontros serão reunidos em um documento a ser apresentado na abertura da Feira das Américas, encontro anual dos agentes de viagem, que acontecerá no dia 20 de outubro, no Rio de Janeiro.

Foz do Iguaçu vai sediar evento

Considerado o destino de categoria internacional mais expressivo do Brasil, Foz do Iguaçu é uma das cidades que irão sediar o encontro sobre turismo receptivo. Para Felipe Gonzalez, presidente da Delegacia Regional de Foz do Iguaçu da Abav-PR, nos últimos dois anos, tem-se observado um crescimento mais expressivo do turismo receptivo, tanto o doméstico quanto o internacional. “Isso se deve à melhoria da divulgação das ações e dos destinos e também à estabilidade dos preços, não há mais tanta oscilação”, considera.

Para Foz do Iguaçu, especificamente, apesar de haver muitas agências voltadas ao turismo receptivo, este segmento ainda precisa ser visto com o grau de importância que representa. Foz do Iguaçu tem hoje cerca de sessenta agências de viagens, das quais 28 trabalham com receptivo, uma proporção boa na comparação com a capital paranaense, que soma aproximadamente trezentas agências de viagens, das quais quarenta são de receptivo.

Infra-estrutura

Felipe Gonzalez comenta que, no Brasil, são muitas as agências que trabalham com emissivo e ainda poucas que se dedicam ao receptivo. “Precisamos saber direito quantas são e como operam, quantos guias que falam vários idiomas nos destinos mais visitados e também saber se oferecemos ao turista equipamentos e infra-estrutura (aeroportos, rodovias) adequados”, complementa. “‘Há necessidade também de capacitação, melhoria do atendimento e também profissionalização dos próprios fornecedores. Isso inclui as agências que prestam serviço de ecoturismo e turismo de aventura”, observa.

Sobre o turismo em Foz do Iguaçu, especificamente, Gonzalez considera que há necessidade de uma normatização entre os três países que formam a Tríplice Fronteira – Brasil, Argentina e Paraguai – com o objetivo de facilitar a circulação de turistas entre eles. “Um turista que tenha visto para visitar a Argentina, por exemplo, tem que poder entrar sem problemas no Paraguai”, comenta.

Foz recebe hoje 950 mil turistas por ano. Destes, cerca de 30% são estrangeiros, principalmente oriundos da Argentina, Paraguai e países da Europa. (DS)

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