Maçã é tema de festa na cidade mais fria do Brasil

A atração deste período em Santa Catarina são as maçãs. A cidade conhecida nacionalmente pelas baixas temperaturas e ocorrência da neve no inverno festeja a colheita da fruta em dez dias de muita animação. Terceiro maior produtor de maçãs do País, com uma safra estimada em mais de cem mil toneladas, São Joaquim realiza, de 30 de abril a 9 de maio, a 13.ª edição da sua tradicional Festa Nacional da Maçã.

Os organizadores estimam que mais de 120 mil pessoas visitem o evento, que tem agendadas mais de cinqüenta atrações. Além de experimentar a maçã, encontrada in natura ou como base de deliciosos pratos salgados, tortas e iguarias, o visitante da festa poderá apreciar a cultura local por meio de exposições de artes, feira de artesanato, danças folclóricas e apresentações regionalistas, além de poder saborear os deliciosos pratos típicos da gastronomia serrana, como o churrasco de frescal, o arroz a carreteiro e a paçoca de pinhão.

As noites serão aquecidas e embaladas pela música, com destaque para os shows nacionais com as bandas The Fevers e Maskavo, no dia 30; grupo B-5 e dupla Pedro e Thiago, dia 1.º de maio; Almir Sater, dia 2; dupla Rick e Renner e Charlie Brown Júnior, dia 7; grupo Karametade e Fábio Júnior, dia 8, e encerramento com Família Lima, no dia 9 de maio.

Para aqueles que preferem a música nativista, a 2.ª Nevada da Canção Nativa, festival que escolherá a melhor composição inédita nativista do Sul, com a participação de músicos de países do Mercosul, integra a programação da festa nos dias 30 de abril, 1.º e 2 de maio.

Com relação ao agronegócio, além de escolher a melhor maçã do Brasil por meio do Concurso de Qualidade da Maçã, a festa reúne eventos técnicos, exposições, leilões de gado e feiras de produtos e maquinários agrícolas. Seminários temáticos que terão a participação de especialistas para discutir temas relacionados à agricultura familiar (dia 30), apicultura (dia 3 de maio), pecuária (dia 4), fruticultura (5 e 6) e turismo de aventura (dia 7), prometem atrair estudantes, técnicos e produtores rurais de todas as partes do País.

Segundo o prefeito Newton Stélio Fontanella, uma das inovações da 13.ª edição da festa será a prática de esportes de aventura dentro do parque. Sob a coordenação de instrutores capacitados, os visitantes poderão praticar a modalidade tirolesa, que consiste no deslocamento de um ponto a outro por cordas através de roldanas, além de rapel e escalada em parede artificial.

Em sua 13.ª edição, a Festa Nacional da Maçã deverá repetir o sucesso dos últimos anos. Consolidando-se como um multievento, a cada ano atrai milhares de pessoas de vários estados e países vizinhos, além de autoridades, produtores rurais, pesquisadores e empresários dos setores de fruticultura, agroindústria e turismo.

Quanto custa?

O ingresso permanente custa R$ 25. Já o ingresso diário custa R$ 10 por pessoa. A permanente permitirá entrada livre no parque durante os nove dias da festa, com exceção do dia 7 de maio, quando acontecem os shows com Rick e Renner e Charlie Brown Jr. Neste dia será cobrado o ingresso individual de R$ 20 ou R$ 15 se a pessoa levar um quilo de alimento não perecível. Estudantes com carteirinha e pessoas acima de sessenta anos pagam ingresso de R$ 10 nesse dia.

A programação completa da festa pode ser consultada nos sites: www.festadamaca.com.br e

www.serracatarinense.com.

Fruta comanda a economia da cidade

Com 1.896 quilômetros quadrados e 22.790 habitantes, São Joaquim tem sua economia baseada na fruticultura. Favorecido pela altitude de mais de 1.300 metros acima do nível do mar, o município possui as melhores condições climáticas do Brasil para a produção de maçãs de qualidade.

A fruta começou a ser produzida em escala comercial por volta de 1974, quando um acordo firmado entre o Brasil e o Japão possibilitou a instalação de uma colônia de produtores japoneses no município. Ao constatar o alto potencial da nova atividade, o estado investiu em pesquisa, e com o apoio do Japão aprimorou a cultura da fruta e atraiu cada vez mais novos produtores, transformando a produção de maçãs na principal fonte econômica.

Hoje, São Joaquim possui um dos mais modernos centros de pesquisa em fruticultura de clima temperado do País. Melhoramentos genéticos desenvolvidos na Estação Experimental da Epagri colocaram a maçã joaquinense nos patamares de qualidade das melhores da Europa. Em trinta anos, os avanços tecnológicos, aliados às características climáticas, fizeram a produção anual saltar de dezoito mil toneladas em 1978 para cem mil toneladas em 2004, colocando o município na terceira posição do ranking nacional.

A atividade envolve mais de setecentos fruticultores, distribuídos em uma área total de 4.344 hectares, movimenta mais de R$ 50 milhões a cada safra e gera milhares de postos de empregos. As variedades mais produzidas são a gala, colhida entre os meses de fevereiro e março, e a fuji nos meses de março e abril.

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