Fascínio na terra das Cataratas do Iguaçu

Foz do Iguaçu não é uma cidade apenas para ser apreciada. É para ser sentida. E não é para menos. Ao chegar às Cataratas do Iguaçu, a segunda maior queda d’água do mundo – perde apenas para as Cataratas de Vitória, na África do Sul – as pessoas se sentem pequenas e extasiadas diante de tamanha grandiosidade.

Ao passear de bote no Rio Iguaçu, a adrenalina aumenta e a emoção – e até um pouco de receio – de chegar bem pertinho de uma destas cataratas é muito grande. Sem falar na beleza do verde e dos animais do Parque Nacional do Iguaçu, que tem 185 mil hectares.

Para visitar a maior atração da cidade, as cataratas, o turista brasileiro paga R$ 13. Contam os historiadores que o parque foi entregue ao patrimônio público depois que o pai da aviação, Santos Dumont, o visitou. Ele ficou tão encantado que mandou uma carta ao governador do Paraná na época solicitando que tal maravilha natural fosse do Estado. E assim foi.

Ao pagar o ingresso, o turista tem acesso a diversos mirantes, passarelas e um elevador que o deixa bem próximo de uma queda d’água – tão perto que é recomendável levar uma peça de roupa a mais na bolsa para trocar.

Já nos primeiros mirantes é possível perceber a beleza das quedas, cujo volume de água chega a seis milhões de litros por segundo nos dias que o rio está cheio. Ao todo, as cataratas são compostas por 275 saltos. Porém, é ao descer o elevador e andar pelas passarelas que se tem a visão mais privilegiada da água.

Os moradores da região contam que quando há muita água – em épocas em que a estiagem não se faz presente – é possível ver o vapor d’água das quedas até a 40 quilômetros de distância.

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Os simpáticos quatis são personagens no cenário ecoturístico.

Mas antes deste espetáculo da natureza – considerado pela Unesco um Patrimônio Natural da Humanidade – os visitantes podem apreciar uma espécie de museu natural. O local conta algumas lendas das cataratas e mostra os animais que vivem no parque. Além, claro, lojas de souvenires.

Localização

Foz do Iguaçu está estrategicamente localizada. A cidade fica no oeste do Paraná, a 659 quilômetros de Curitiba, 650 de Florianópolis (Santa Catarina) e ao lado de Ciudad del este, no Paraguai, o “paraíso” das compras.

Tem cerca de 311 mil habitantes, sendo a quinta maior cidade do Estado. A capital do Paraguai, Assunción, fica a 326 quilômetros de Foz. A Argentina também faz fronteira com a cidade.

Foz do Iguaçu se mantém como um dos principais destinos turísticos do Paraná e também do País – é o segundo mais visitado pelo turista estrangeiro, depois do Rio de Janeiro. Somente este ano, cerca de 920 mil pessoas de todo o mundo já passaram por lá. A jornalista viajou a convite da Rede Bristol Hotéis & Resorts, Iguassu Convention & Visitors Bureau e TAM.

Macuco safári é pura adrenalina

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Macuco Safári e a Garganta do Diabo, ponto máximo da aventura.

Quem visita o Parque Nacional do Iguaçu não vai apenas se deslumbrar com a beleza das cataratas. Para quem gosta de um pouco mais de emoção, a opção é o Macuco Safári, que é um passeio dividido em duas partes: na primeira, o trajeto é feito por uma espécie de trenzinho, depois por um jipe elétrico – para não agredir o m,eio ambiente – que andam no meio da mata presente no parque. A primeira etapa do passeio ainda dá ao turista a opção de fazer uma pequena caminhada.

Em meio ao trajeto dentro do parque, os guias falam um pouco a respeito da fauna e da flora. Lá existem espécies de árvores raras, como uma que leva até dez anos para produzir palmitos e a timbaúva, cuja madeira era utilizada pelos índios para fazer canoas.

As frutas, como gabiroba, mamão, laranja – que não podem ser tiradas da árvore, são apenas para os animais, que não são poucos: o parque abriga desde os simpáticos quatis – que não se importam nem um pouco com a presença humana, pelo contrário, vivem dando as caras e “posando” para fotos – até os mais arredios, como o macaco-prego e o bugio -com muita sorte pode-se ver um.

Já a segunda parte do passeio é a mais instigante: embarcar no bote para um passeio pelas águas do Rio Iguaçu, chegando bem perto das quedas d’água.

Esta parte do trajeto é recomendada para quem não se importa em se molhar, apesar de os guias não derrubarem ninguém do bote, e também para quem não tem medo de enfrentar as águas do rio. Todos vão com coletes salva-vidas e, se quiserem, capas de chuva – que, na verdade, não protegem nada da água.

O Macuco Safári é um pouco mais oneroso, custa R$ 169 por pessoa. Já para quem gosta de mais emoção ainda, o parque também oferece o Macuco Aventura, que pode ser feito caminhando, de bicicleta ou em carros elétricos por dentro do parque.

Há ainda, para quem quer ir além na adrenalina, a possibilidade de fazer um rapel de 55 metros de altura no Cânion Iguaçu, além de arvorismo, tirolesa, rafting na corredeiras do rio e escalada nos paredões, o que proporciona uma vista sem igual das cataratas.

Itaipu e a energia que vem das águas

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O Circuito Especial possibilita ao turista avistar os vertedouros e ir ao alto da barragem: vista é inigualável.

A usina hidrelétrica de Itaipu Binacional, localizada em Foz do Iguaçu, também oferece várias opções de visitação para os turistas. São três tipos de visita – a especial, a institucional e a panorâmica – com valores de ingresso diferenciados. Em cada uma delas, pode-se conhecer um pouco da história e do funcionamento da maior produtora de energia do mundo.

No Circuito Especial, o mais completo, o visitante trafega em um ônibus com guias bilíngües, entrando na barragem. O veículo pára nos vertedouros – são três, que escoam o excesso de água da usina – e se o turista tiver sorte poderá ver as três abertas, o que não é muito comum.

O ônibus vai para o alto da barragem, de onde a visão é magnífica: dos dois lados pode-se ver o grande rio Paraná. Neste ponto estão localizadas as comportas de captação de água para as unidades geradoras.

Depois, ao entrar na barragem, a sensação é de impotência: o forte barulho que se escuta não é das máquinas em funcionamento, mas sim da força da água, que é separada do visitante por uma parede de dez metros de espessura.

A quantidade de água que passa pelos enormes “tubos” brancos é o dobro da quantidade recebida pelas cataratas. De um lado, o lago, de onde vem a água que será gerada para produzir energia. Do outro, o rio, que recebe esta água.

Outra atração para os turistas em Itaipu é a iluminação da barragem, que acontece todas as sextas-feiras e sábados à noite. A barragem de concreto é iluminada por mais de 500 refletores de luz e mais de 100 luminárias, um espetáculo de luzes e sons. O Ecomuseu também é uma opção para quem quer conhecer a história da usina e o Refúgio Biológico apresenta a fauna e a flora da região.

Impactos para o crescimento

Considerando que Foz do Iguaçu é a cidade das grandiosidades, Itaipu é apenas mais uma. Ao ver toda a estrutura e,m funcionamento quase não passa pela cabeça como a usina foi construída e o que foi necessário para tal empreendimento: desde o impacto ambiental – um exemplo foi o desvio do Rio Paraná, necessário para a formação do lago, o que prejudicou a reprodução dos peixes por muitos anos – e a desapropriação de 40 mil pessoas. Impactos negativos ao meio ambiente, mas que resultaram no progresso da cidade.

Itaipu não é a maior usina do mundo em tamanho, mas é a maior produtora de energia. Para se ter uma idéia, o lago de Itaipu – formado pelo Rio Paraná especificamente para o funcionamento da usina – produz 14 vezes mais energia do que o reservatório de Sobradinho, na Bahia, que conta com o maior lago do País.

No total, a potência instalada de Itaipu é de 14 mil megawatts por hora. Em todo o ano de 2000, a usina produziu cerca de 93 milhões de megawatts por hora. O Rio Paraná, aliás, é muito maior do que o Rio Iguaçu: enquanto o primeiro apresenta 12 mil metros cúbicos de água por segundo, o Iguaçu chega a 1.400 metros cúbicos. Tanta água dá uma vida útil à usina de 200 anos.

A energia produzida por Itaipu é direcionada metade para o Brasil e a outra para o Paraguai. Aqui a usina é responsável por 20% da energia que abastece o território brasileiro – maior parte dela vai para o eixo Rio-São Paulo. Já o país vizinho não utiliza toda a sua metade, só usa 7%, sendo que paga sua parte com o excedente de energia.

Bristol tem nova unidade em Foz

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Área de lazer do Bristol Dobly Viale Cataratas.

A rede hoteleira de Foz do Iguaçu ganhou mais um grande reforço em setembro deste ano: o novo Bristol Dobly Viale Cataratas. O hotel, de categoria luxo, oferece cozinha internacional, piscina, uma área para eventos com capacidade para até 400 pessoas, academia de ginástica, sala de jogos, sauna, restaurante e bares.

Os proprietários apostaram em uma decoração “clean”, com cores diferentes em cada andar – fazendo referência à cromoterapia – e 152 quartos sem tapetes e amplos, com a idéia de proporcionar bem-estar e conforto aos visitantes.

O Bristol Cataratas está localizado em uma posição estratégica: a dois quilômetros da fronteira com a Argentina – local bastante conhecido por seu Duty Free Shop – e a oito quilômetros do Parque Nacional do Iguaçu, onde está a principal atração da cidade: as Cataratas do Iguaçu.

A rede Bristol possui 19 unidades hoteleiras em seis estados: Ceará, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. A Bristol busca inovar no oferecimento de seus serviços, exemplo disso foi a criação de bandeiras para classificar suas unidades: o Flexy, econômico; o Multy, que oferece várias opções de hospedagem e atividades; o Sthay, que tem apartamentos com quarto e sala, projetados para quem quer se sentir como se estivesse em casa e o Dobly, que é mais luxuoso. Mais informações: www.bristolhoteis.com.br.

Kattamaram é local de eventos

Sobre o lago de Itaipu, Kattamaram (acima) é um interessante local para eventos. À direita, uma das espécies vistas na visita ao Parque das Aves.

Uma das novidades para o turista que visita Foz do Iguaçu é o Kattamaram. Com capacidade para 200 pessoas, o barco, inicialmente, faria passeios de cerca de duas horas pelo lago de Itaipu.

Porém, por enquanto, a gerente do empreendimento, Rose Godói, informa que o barco está sendo mais utilizado para festas e eventos, uma vez que os passeios sairiam por R$ 60.

“Então estamos trabalhando ,mais com eventos, com grupos fechados, de no mínimo 30 pessoas”, comenta. Os valores dos eventos podem variar bastante, como explica Rose, pois dependem do gosto do cliente.

O Kattamaram tem grande infra-estrutura, contando com mesas e cadeiras tanto na parte coberta como na externa, ar-condicionado, banheiros, cozinha, bares, sistema de som, DVD, entre outros atrativos.

Um dos projetos para o futuro, segundo Rose, será fechar parcerias com a Itaipu Binacional. Desta forma, o passeio de barco poderia ser feito após o turista contemplar a hidrelétrica iluminada à noite, por exemplo, com direito a jantar na embarcação.

Para chegar ao Kattamaran, o turista deve seguir até o distrito de Três Lagoas, de Foz do Iguaçu, onde vai encontrar um parque mantido pela prefeitura. Neste local há uma prainha formada pelo lago de Itaipu, onde muitas pessoas aproveitam os dias ensolarados para se banhar. O parque também tem muita área verde e proporciona descanso para quem quiser simplesmente deitar embaixo de uma árvore.

Parque das Aves

Todo o colorido das aves brasileiras, algumas até ameaçadas de extinção, pode ser visto no Parque das Aves, em Foz do Iguaçu.

São 800 metros de trilha, que fica integrada à mata, proporcionando conforto aos animais.

Apesar do nome, o parque não é composto apenas por aves, mas também por borboletas, cobras, jacarés e tartarugas.

Entre as aves, há araras, flamingos, periquitos, tucanos (que ficam soltos, bem próximo dos visitantes). Os turistas podem pegar na mão as araras, que são mansas e bastante acostumadas com o movimento do parque. O local possui boa infra-estrutura, com banheiros, lojas, lanchonete e estacionamento. A entrada custa R$ 16.