Curitiba se prepara para receber melhor o turista

Curitiba está sendo estruturada para que, em torno de dois anos, ganhe um novo potencial turístico, interligando áreas verdes, produtos e serviços que são desconhecidos até mesmo dos curitibanos. O projeto Linhão do Turismo, que está em andamento na Companhia de Desenvolvimento de Curitiba (CIC), tem por objetivo consolidar um eixo de desenvolvimento na zona norte – marcada por nascentes, topografia acidentada e grandes áreas verdes- e parte da região oeste. A intenção é, em 42 km de extensão, aliar conservação ambiental com desenvolvimento de atividades turísticas, como hotelaria, gastronomia, cavalgadas, trilhas e artesanato.

O Linhão do Turismo deverá atingir dezoito bairros e os parques da Barreirinha, São Lourenço, das Pedreiras, Ópera de Arame, Tanguá, Tingui, Barigüi, São Cristóvão, do Passaúna e da Fazendinha. Além disso, mais dois parques já existentes, o Atuba e o Bosque Vista Alegre, estão sendo preparados para receberem o público. O primeiro, no nordeste de Curitiba, às margens do Rio Atuba, será implantada a Vila da Madeira, conjunto a ser formado por trinta casas de madeira, de valor arquitetônico e histórico. O outro, próximo de Santa Felicidade e que também aguarda recursos do governo federal, será reestruturado para tornar-se viável com espaço público.

600 atrações

Num levantamento realizado pela Secretaria Municipal do Turismo, iniciado no fim do ano passado e concluído no início deste ano, foi possível identificar seiscentos pontos com potencial turísticos, como capelinhas, igrejas, monumentos, chácaras, entre outros, que são desconhecidos da população. Com a concessão de incentivos e de obras viárias e de paisagismo, estes locais, futuramente, terão maiores condições de serem visitados. São oportunidades de lazer e entretenimento, que estão em propriedades particulares e pouco conhecidas, localizadas a menos de dez quilômetros do centro da capital paranaense. Embora o Linhão atinja grandes áreas verdes, onde estão parques e bairros tradicionais de Curitiba, como Santa Felicidade, o diretor de turismo da Prefeitura de Curitiba, Antônio de Azevedo entende que com as melhorias e infra-estrutura é possível ampliar o leque de opções turísticas na cidade.

O Linhão do Turismo está dividido em quatro grandes áreas: região da Cidade Industrial de Curitiba, com potencial técnico-científico devido a universidades, empresas e o pólo de softwarre; região de Santa Felicidade marcada pelas características gastronômicas e religiosas; a região Étnica que abrange o Parque Tingui (Memorial Ucraniano) e o Bosque do Papa e o Memorial Alemão; e a região ambiental, onde estão localizados os parques Barreirinha – o primeiro da capital, criando na década de 70 – e o das Nascentes do Rio Belém, que está sendo projetado.

Além de uma nova estruturação turística, o projeto visa gerar emprego e renda para a cidade. Segundo o gerente do Linhão do Turismo, Sérgio Mateus, atividades relacionadas ao turismo, como hotelaria, gastronomia, artesanato serão incentivadas. Para isso, estão sendo planejados Liceus de Ofícios e espaços para comercialização. O Liceu do Ofício do Pilarzinho deverá ficar pronto até o início do próximo ano, e, na seqüência, estão previstos o do Parque da Barreirinha e de Santa Felicidade. “Nos liceus as pessoas serão capacitadas para atividades ligadas ao turismo”, explica.

A partir deste novo eixo físico, os visitantes poderão ter acesso a outros projetos de turismo existentes na Região Metropolitana, como o Circuito Italiano (Colombo), o Circuito da Natureza (Almirante Tamandaré), a Estrada do Mato Grosso (Campo Largo), o Circuito de Turismo Rural Thomas Coelho (Araucária). Com o inventário feito e a aprovação de empreendedores, cabe à Prefeitura levar infra-estrutura aos novos espaços. A próxima etapa, segundo Azevedo, é de trabalhar com a comunicação visual (placas indicativas), mapas e a divulgação.

Linhão do turismo

Capital do Paraná, Curitiba conta com 1,6 milhão de habitantes. Pólo de uma área metropolitana que reúne 24 outros municípios e que no total soma 2,8 milhões de pessoas. A cidade, que nasceu oficialmente em 29 de março de 1693, foi indígena e portuguesa no século XVII, tropeira no século XVIII (quando os condutores de gado do Rio Grande do Sul a caminho de São Paulo e de Minas abriram caminhos, criaram vilas e estimularam o comércio), européia a partir do século XIX, com a chegada em massa dos alemães, poloneses, italianos e ucraniano.

A região compreendida pelos dezoito bairros situados ao longo do eixo do Linhão do Turismo abrange aproximadamente 27% da população da cidade. O eixo turístico, que está sendo planejado para a cidade deverá promover agora outra ponta da cidade, a zona norte. Regiões de topografia acidentada e ruas tradicionais, de importância local e hoje deterioradas, serão reurbanizadas e contarão com um novo paisagismo e sinalização turística.

Linha Verde

No eixo turístico ambiental, que está sendo proposto o Linhão do Turismo, está prevista a implantação de uma linha especial de ônibus, denominada Linha Verde, que fará a interligação dos diversos parques e atrações turísticas. Esta linha vai coincidir em algum ponto da cidade com a existente, que atende parte da região central e zona sul.(JM)

Valorização do que existe

O Linhão do Turismo pretende fomentar uma movimentação mais constante nos pontos turísticos de Curitiba e valorizar os existentes. O Parque da Barreirinha, o primeiro de Curitiba, criado na década de 70, está esquecido da população, principalmente devido à dificuldade de acesso. Hoje, existe um desnível grande entre o estacionamento e a parte central do bosque. Desta forma, pretende-se criar um novo acesso pela rua Carmelita Cavassin.

Barreinha

O Parque da Barreirinha tem 275 mil metros quadrados e deverá receber a maior infra-estrutura. Outro projeto dentro do Linhão do Turismo que depende de uma obra é o desvio de tráfego na Fredolin Wolf, ligando a Pedreira a Santa Felicidade. Neste caso, é necessário ficar pronta a obra do Contorno Norte.

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