Campeonato paranaense de Bolder

Escalada para o Dedo de Deus

O montanhismo alcançou alto grau de especialização, principalmente depois que os russos inventaram o “muro de escaladas” que além do propósito do treinamento, abriu as portas aos marqueteiros e a redenção aos fabricantes de equipamentos de alpinismo. A montanha veio para o interior de casa! Dentro desse novo conceito esportivo, realizou-se nos dias 22 e 23 de junho, a 1.ª Etapa do Campeonato Paranaense de bolder, ao ar livre, em plena avenida principal de Piraquara.

Bolder é uma escalada atlética curta mas alto grau de dificuldades. A organização esteve à cargo da Garrapatas. As vias preparadas pelo Carlos Michal. Obviamente sempre com os costumeiros apoios do muncípio, Campo Base, Snake, Alpamyo, alto Estilo e até do cartório local. Para animar a festa, houve exibição de Willing motociclístico e participação das bandas da cidade. Prova distinta masculino/feminino. No sábado, a eliminatória com 8 bolders mistos para as duas categorias. Dia seguinte, bolders, permitindo-se 5 tentativas em 12 minutos. Resultado final para os três primeiros lugares respectivamente: Diogo Ratacheski, Flávio Cantelli (este de Piraquara). No feminino: Marilena Silva, Francini G. Machado e Gisele Ferraz.

Julho é o mês que nossos alpinistas saem em busca de outros horizontes distantes. Em termos Brasil, a busca é o Dedo de Deus, em Teresópolis, eleita a montanha-símbolo nacional e inserida dentro do Parque Nacional da Serra dos Orgãos. Sua majestade está relacionada no fato de que quatro teresopolenses, não alpinistas, conseguiram conquistá-la em 8 de abril de 1912 depois da afirmação dos estrangeiros que tentaram e concluiram ser impossível ascendê-la.

Hoje, ostenta 13 vias, considerando-se a Teixeira a rota clássica.

Para auxiliar aos leitores interessados, trazemos subsídios extraídos da recente incursão protagonizada pelo Lauro Loreny (Alfi), Ricardo Surdi (Ricardinho), Ricardo Demian (Ika) e Rodrigo Cipriano. A chave do sucesso está calcada em três fatores: autorização junto ao Parque nos telefones (21) 2642 e 2642-0659; detalhes para encontrar o início da picada e estar munidos de informações técnicas e do croquis. Seria impraticável trazer todo depoimento desse pessoal que mostrou-se à altura no enfrentamento do pico, que lembra um dedo indicador apontando aos céus. Tudo bem planejado, só não previram o impensável: excesso de escaladores e as filas na superação de cada lance.

O quarteto do Paraná aproveitou o feriadão de Corpus Christi, conseguir espaço dentro de um Uno e uma viagem ininterrupta de 11h, até camping do Parque (C$6). Dia seguinte, apanhar estrada para o Rio de Janeiro e atento ao Restaurante Portal da Serra onde deixariam o carro. A pé, na mesma estrada, alcançar uma cachoeira no lado direito da chamada “Santinha”, seguir até a segunda boca-de-lobo, onde à direita começa a picada. Começaram as 7h e, terminaram no cume, às 22h. Não previram o congestionamento e extensas filas. Optaram ao final pela via Maria Cebola (3.ºIII E2)).Novos percalços representados pela noite, e a densa serração, que teimou aparecer. Finalmente, o sucesso da empreitada brindados com belo luar edulcorado com as luzes urbanas da Baía da Guanabara.

A descida se faz pela face oposta e exclusivamente em rapel (3 de 50 m) que terminam no primeiro cabo de aço, em cima da picada inicial (Vita).

Voltar ao topo