Bonito, em Mato Grosso do Sul, é exemplo a ilustrar o Turismo Ecológico, atividade organizada em convivência harmônica com a natureza, em que se equilibram a economia e o respeito ético com o meio ambiente. Comprova-se em Bonito que o ecoturismo pode conviver com a cidade de forma sustentável, em resposta a um mundo em constante mudança. Hosken (2001, p. 6) diz que esta atividade tem a função “[…] de combinar maior compreensão das questões sociais e ambientais com o prazer de viajar”.

Em Bonito, as empresas estruturam-se de forma adequada e qualificam as pessoas. Nesse treinamento comportamental e técnico, sintetiza-se a cultura turística, atividades de lazer, fundamentos esportivos que visam a qualidade de vida, valorização da saúde em contato com a natureza e enriquecimento da aventura. A cidade mato-grossense promove o seu desenvolvimento sustentável.

Duas situações chamam a atenção: o turista reconhece que é possível que um mundo natural tenha inúmeras atrações e o morador é envolvido desde a implantação, tornando-se “elemento ativo e responsável”. A criatividade é um exercício coletivo em Bonito – soluções simples têm significado de aposta no futuro.

A marca registrada é a água, mais valorizada depois que os primeiros turistas chegaram, e trilhas e colônias de animais possuem mecanismos para evitar a caça. Determinados acessos limitam o número de visitantes, o que só se permite com guias oficiais. Planejam-se as atrações turísticas antes de anunciá-las às agências de viagens – a cidade cria a infra-estrutura de operação geral. Paralelamente, surgem os acessos, incluindo transporte confiável, prevenção contra acidentes, definição dos equipamentos e serviços, cada um próprio para os locais de utilização – áreas de conservação, recreação e uso geral.

Ao mesmo tempo é importante a combinação de detalhes da cidade, pois o turista mostra interesse pelo tipo de vida da população, o artesanato e, via de regra, deseja levar para casa algum tipo de lembrança que se relacione com a comunidade. Também esse aspecto foi observado, e os turistas podem freqüentar as oficinas e acompanhar a produção de vários produtos de artesanato, como cestas de vime, queijos, pães, doces, licores, vinhos, roupas, produtos orgânicos e hidropônicos e uma infinidade de outras opções.

O Turismo ecológico possui fundamentos de consideração pela conquista de espaço numa economia de identidade própria. Revela-se a sua autenticidade no binômio dos tipos de serviços e atendimento direto aos turistas, assim como demonstra-se aos visitantes a harmonia possível com a natureza, preservando raízes e divulgando costumes.

Araújo complementa (2000, p. 121): “O turismo rural, dentro dessa visão, desde os anos setentas, nos países do sul da Europa, é considerado uma estratégia com futuro, pois tem contribuído para a fixação da população, a criação de emprego e, sem dúvida, para a promoção do desenvolvimento socioeconômico dessas regiões. O mesmo tem ocorrido com algumas regiões brasileiras, como: Sul de Minas (Maria da Fé), Lages (Santa Catarina), Serra (Espírito Santo) […].”

A infra-estrutura incorpora o grau de profissionalização atribuído à área reservada ao ecoturismo, sem que isso modifique as suas características. Em Bonito resume-se assim: 1. Identificação e avaliação de oportunidades com sensibilidade; 2. Análise dos riscos que envolvem negócio e ecossistema; 3. Definição do mercado consumidor, detalhando a abordagem dos “agentes econômicos envolvidos”, comportamento, capacidade de consumo e outros detalhes; 4. Mercado fornecedor no local ecológico – identificação, serviços e preços. 5. Concorrentes que atuam no segmento, ofertas existentes e preços.

BIBLIOGRAFIA: ARAÚJO, José G. Fernandes. ABC do turismo rural. Viçosa: Aprenda fácil editora. 2000. HOSKEN, Fábio Viggiano et al. Ecoturismo – diagnóstico, planejamento e operação. Viçosa: Centro de produções técnicas. 2001.

Alexandre Silva S. Lôbo é professor, consultor, doutor em Ciência do Meio Ambiente, mestre em Sociologia, pós-graduado como analista do Desempenho Escolar e graduado em Sociologia e Política e Administração Pública.

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