Giuliano Gomes

A pequena Letícia Felchacka, 7 anos, viu na televisão uma reportagem sobre crianças que fizeram a diferença em suas comunidades. Uma delas plantou uma horta; outra, montou uma banda de rock com instrumentos feitos de material reciclável; uma terceira, organizou um almoço com comida saudável. ‘Por que não ter atitudes boas para ajudar os outros?‘, ela se perguntou. E pensou em uma solução para as brigas dos alunos de sua escola.

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‘Tive a ideia das pulseiras da amizade. Para todo mundo fazer junto, e depois trocar, ao invés de ficar brigando‘, explica. Lá pelo fim de setembro, recorda a mãe, a menina começou a chegar em casa falando dessas pulseiras. ‘Achei que fosse brincadeira, algo da escola. De repente, ela já estava fazendo cartazes para divulgar o projeto, e disse que só estava faltando eu pedir autorização para o diretor‘, diz Neide Fechalcka, professora de 38 anos.

A escola gostou da ideia e decidiu aproveitá-la no Projeto Recreio. ‘A Letícia apresentou a proposta para o restante dos alunos no Festival de Talentos, em setembro, e decidimos fazer oficinas de confecção de pulseiras durante os recreios‘, conta a coordenadora do grêmio estudantil do Colégio Marista Santa Maria, Anelise Lago.

Oficina

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Neide ajudou a filha a pesquisar o material apropriado para fazer os acessórios, algo que fosse acessível e fácil de crianças manipularem. Uma oficina piloto foi realizada no mês passado com a turma de Letícia, que cursa o 2º ano do ensino fundamental. ‘As crianças adoraram, tanto as meninas quanto os meninos ficaram superempolgados, fizeram as pulseiras, decoraram, levaram para casa, deram de presente‘, conta a mãe.

A partir desta semana até o início de dezembro, o tempo do recreio será utilizado para as oficinas de confecção das pulseiras da amizade, das quais participarão sete turmas de 2º ano.

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Ideia sustentável

Pesquisando na internet sobre qual material seria mais adequado para fazer as pulseiras, Neide descobriu que era possível usar caixas de leite: ‘Todo mundo tem em casa, é barato, e ainda dá para reutilizar algo que iria para o lixo‘. Depois de lavar bem a caixa, é só cortar tiras, medir a circunferência no punho e revestir com fita, papel ou tecido.

‘Meus colegas trouxeram adesivos para decorar as pulseiras‘, conta Letícia. A menina sempre foi criativa e dada a customizar as roupinhas das bonecas, relata a mãe. ‘Foi muito gratificante saber que ela estava usando esse lado dinâmico e ativo para um bem maior‘, diz Neide.

E o propósito final da ideia, está sendo atendido? ‘Sim, as crianças pararam de brigar‘, garante Letícia. Entretidas com as pulseiras, agora elas se ocupam de botar a mão na massa, fazer acessórios bonitos, trocar entre si e presentear.