Vírus eletrônico: a ameaça continua em 2003

Prever o futuro é negócio arriscado, mas uma coisa que você pode apostar sobre os criadores de vírus é que eles não estarão tirando férias em 2003. Novos tipos de vírus eletrônicos devem aparecer, causando grandes epidemias, enquanto outros estarão atacando de forma menos intensa, ficando relativamente despercebido do grande público.

A Panda Software, um dos principais desenvolvedores de softwares antivírus do mercado internacional, representada no Brasil pela Aker Security Solutions tem realizado estudos sobre códigos maliciosos que deverão atacar em 2003. Se as tendências atuais continuarem, as maiores dores de cabeça continuarão sendo causadas por worms: códigos maliciosos enviados por e-mail e que podem se espalhar de forma rápida e fácil, usando ferramentas específicas ou apenas modificando pequenos detalhes em seu código, o que explica o aumento no número de variantes de vírus. Eles usam a Internet e as redes privadas para se disseminarem. Os danos causados por worms como Opaserv, Bugbear, Klez.I, ou Prestige são uma indicação do perigo potencial que estes tipos de vírus representam a todos os usuários.

Os vírus de e-mail constantemente exploram as vulnerabilidades dos programas mais usados, como o browser Microsoft Internet Explorer, infectando arquivos que rodam automaticamente quando o e-mail que carrega o vírus é visto no Preview Pane. Worms como o Klez.I e Bugbear, ou outros como Appix.B e Bride exploram essa vulnerabilidade.

É importante perceber que estes tipos de vulnerabilidades são detectados quase que diariamente, e que os criadores de vírus continuarão a tirar vantagens dele. Mas, como se isso não fosse suficiente, os worms de e-mail também utilizam a engenharia social, uma técnica pela qual os usuários são enganados e levados a executar um programa que contém o código do vírus. 

Um outro tipo de código malicioso atualmente em voga é o Trojan, ou cavalo-de-tróia. Este é um programa projetado para realizar ações em grande escala. Ultimamente, um número crescente de Trojans foi detectado com a habilidade de roubar dados confidenciais ou permitir que hackers controlem o computador da vítima remotamente.

Há também outros códigos maliciosos mais sofisticados a serem considerados, aqueles projetados para telefones celulares e smart phones (telefone que agregam funções de computador), pois as plataformas destes dispositivos estão se tornando populares. Isto pode resultar, se não em um ataque massivo no momento, ao menos em alguma atividade de vírus nessa plataforma em breve. A atenção deve se voltar a mensagens instantâneas, aplicações de troca de arquivos, como KazaA (muito usado para baixar músicas em MP3), ou sistemas que utilizem plataformas SQL (banco de dados) ou usuários de Apache. Este último tipo de ataque poderia tornar-se particularmente mais perigoso, causando danos sérios, mesmo que não sejam projetados para infectar um grande número de máquinas.

Luis Corrons, responsável pelo laboratório de vírus da Panda Software, acredita que 2003 será um ano tão perigoso quanto foram os anteriores. ?Nós não devemos ser enganados por estatísticas: a ameaça de vírus é real e cresce a cada dia. Nos meses recentes foi possível evitar infecções de dimensões épicas, isso porque tem aumentado a consciência dos usuários sobre formas de se protegerem, e também pelos esforços diários de companhias como a Panda Software, que detectam e eliminam todos os tipos de código malicioso que surgem, não importando quanto insignificante eles possam parecer?.

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