Divulgação/Planetário de ZuriqueSão Paulo – Após uma viagem de dez meses e 700 milhões de quilômetros, a sonda Fênix, da Nasa, agência espacial norte-americana, pousou em segurança em Marte. E, com todos os seus instrumentos operando corretamente, incluindo os painéis solares que alimentam os dispositivos eletrônicos, ela já começou a trabalhar, tendo enviado suas primeiras imagens do planeta.

continua após a publicidade

O módulo, que pousou no pólo norte marciano às 20h53 (horário de Brasília) de domingo passado, tem 410 quilos. Desses, 59 quilos são de instrumentos científicos, que ajudarão a analisar detalhes da composição física, química e do clima no planeta. O tempo da missão está previsto em três meses.

As primeiras imagens enviadas mostram detalhes da superfície plana em que o veículo robotizado desceu e na qual os cientistas responsáveis pela missão esperam encontrar, em seu subsolo, reservas de água congelada. Serão feitas perfurações para verificar a dimensão das reservas, bem como sua composição química.

As análises também verificarão a presença ou não de alguma forma de vida – ou de ingredientes químicos necessários para tal existência – que esteja preservada no subsolo gelado. ?Vimos a falta de pedras que esperávamos. Não observamos gelo na superfície, mas achamos que ele será identificado em breve?, disse Peter Smith, da Universidade do Arizona, pesquisador principal da missão.

continua após a publicidade

O pouso, apesar de tranqüilo, foi encarado com grande preocupação. ?Apenas cinco de nossas 11 tentativas de pousar no planeta vermelho foram bem-sucedidas?, disse Ed Weiler, administrador associado do Diretório de Missões Científicas da Nasa.

Para ele, a taxa de sucesso, apesar de baixa, é facilmente justificada. ?Para a exploração do universo, é preciso aceitar alguns riscos em troca do grande potencial de ganhos científicos.?

continua após a publicidade

A Fênix usa peças de outra espaçonave, construída para ser lançada em 2001 e cuja missão foi cancelada após a perda de outra sonda, em tentativa de pouso semelhante ocorrida em 1999. Os responsáveis pela missão cancelada propuseram à Nasa, em 2002, uma nova oportunidade, que foi aceita.

A missão é dirigida por Smith, em parceria com o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa e com a fabricante de produtos aeroespaciais Lockheed Martin. Participam dos trabalhos de pesquisa integrantes de instituições da Alemanha, Canadá, Dinamarca, Finlândia e Suíça.