Retomada “tupiniquim” do espaço

O conselho superior da Agência Espacial Brasileira (AEB) SE reuniu-se na última quarta-feira para discutir medidas de revitalização do programa espacial brasileiro. As propostas foram elaboradas com base nas recomendações presentes no relatório do acidente do VLS-1, que matou 21 técnicos e engenheiros em Alcântara (MA), em 22 de agosto de 2003.

“Houve consenso entre os conselheiros de que o programa espacial é uma prioridade de Estado e que se não houver recursos suficientes para levá-lo adiante, com um mínimo de resultados para a sociedade brasileira, é preferível encerrá-lo”, afirmaram enfaticamente os conselheiros da AEB. Segundo a agência, foram discutidas ações para a revisão de recursos, cujos valores se encontram em estudo no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. A expectativa é que sejam liberados R$ 106 milhões este ano para atividades relacionadas ao VLS e aos compromissos assumidos com a Ucrânia, relativos à utilização do foguete Ciclone-4 a partir do Centro de Lançamento de Alcântara.

“São valores realísticos, que já foram praticados no Brasil, e que são modestos se comparados aos de outros países”, disse Luiz Bevilacqua, presidente da AEB. Embora o aporte dê impulso ao programa, a agência espera que negociações com o Ministério do Planejamento elevem a quantia em análise a patamares que dêem conta dos investimentos necessários ao desenvolvimento dos satélites CBERS-3 e 4, produzidos em cooperação com a China.

O presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e representante do Ministério da Ciência e Tecnologia no conselho da AEB, Luiz Miranda, defendeu o aporte como garantia para a continuidade do programa dos satélites sino-brasileiros. “Programas espaciais são caros porque trabalhamos no limite da qualidade e da confiabilidade. A questão é definir prioridades”, disse. Nelson Cabral, representante do Ministério das Comunicações no conselho, sugeriu a busca de recursos em fontes alternativas, como o Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel), Fundo de Telecomunicações (Funtel), ou provenientes da União Internacional de Telecomunicações (UIT).

Voltar ao topo