Pessoas obesas tem ‘degenerações cerebrais’

Um novo estudo constatou que pessoas obesas têm 8% a menos de tecido cerebral do que as pessoas com peso normal.

Segundo os pesquisadores, o cérebro de pessoas obesas parece ser 16 anos mais velhos do que o cérebro de pessoas magras.

Aqueles apenas com sobrepeso têm 4 % a menos de tecido cerebral e seus cérebros aparentaram um envelhecimento precoce de cerca de 8 anos.

Os resultados, baseados em imagens do cérebro de 94 pessoas na faixa dos setenta anos, representam uma grave degeneração cerebral – diz Paul Thompson, autor chefe do estudo e professor de neurologia da UCLA.

“É uma grande perda de tecidos e exaure as reserves cognitivas, colocando-o muito perto do risco de desenvolver o mal de Alzheimer e outras doenças que atacam o cérebro, disse Thompson. “Mas você pode reduzir o risco de Alzheimer se você comer de forma saudável e manter seu peso sob controle”, completa. As descobertas estão detalhadas na edição on-line da revista científica Human Brain Mapping.

O fardo da obesidade traz muitos efeitos negativos para a saúde, incluindo o crescente risco de doenças cardíacas, diabetes Tipo 2, hipertensão e alguns tipos de câncer. Também tem demonstrado que diminui a atividade sexual.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo são classificadas como obesas. Cerca de um bilhão estão com sobrepeso. A causa principal, segundo os especialistas, é a alimentação, incluindo o grande uso de comida industrializada.

As pessoas obesas perderam o tecido cerebral nas regiões dos lóbulos temporal e frontal, áreas críticas do cérebro para fazer planos e memorizar, e na faixa do cíngulo – onde se desenvolvem as funções da observação e execução, no hipocampo – memória de longo prazo – e o gânglio basal que responde pelo movimento, conforme explicaram os pesquisadores.

A obesidade é medida pelo índice da massa do corpo IMC (Índice de Massa Corpórea) -, fixada como o peso em quilos e dividida ao quadrado da altura da pessoa. Um IMC ao redor de 25 e considerada sobrepeso e uma IMC de cerca de 30 já e obesidade.

A pesquisa foi financiada pelo National Institute on Aging, National Institute of Biomedical Imaging and Bioengineering, National Center for Research Resources, e a American Heart Association.