O fim da era do disquete

Do disquete ao Blu-ray, novas tecnologias fizeram parte da vida dos brasileiros que precisam transferir ou armazenar dados de computador. As tendências do mercado apontam para a extinção dos CDs e DVDs, da mesma forma que se deu o fim da história dos disquetes.

A Sony, que domina mais de 70% do mercado ainda existente de disquetes, anunciou em abril que encerrará as vendas do produto no Japão em março do ano que vem. A empresa pretende parar a produção de disquetes completamente nos meses seguintes, para evitar prejuízos.

O produto perdeu a apreciação popular por que armazenava apenas 1,44MB, quantidade muito inferior à dos CDs e DVDs que surgiram na sequência. Uma única foto de uma câmera digital básica já não caberia no disquete, pois chega a uma resolução acima de 5MB. Os 12 milhões de disquetes vendidos no Japão em 2009, por exemplo, armazenam cerca de 17GB de dados, o que ainda não é suficiente para preencher um único Blu-ray.

O anúncio da Sony não assustou outras empresas que ainda produzem disquetes. É o caso da Imation, com matriz nos Estados Unidos, que não tem prazo para encerrar a produção. “Toda empresa trabalha sobre estimativas de consumo, vendas de produto, feitas com vários meses de antecedência. A partir dessa estatística, a produção é ajustada e vem sendo reduzida no caso dos disquetes, mas não sabemos quando vai encerrar”, explica Jorge Gabriel, o gerente da Imation no Brasil.

Por todo o mundo, o mercado de disquetes é pequeno, mas ainda resiste em países em desenvolvimento. De acordo com Jorge, no Brasil não é diferente. “Eventualmente ainda se fazem compras em setores do governo. Até um ano ou dois atrás se poderia entregar declaração de imposto de renda em disquetes. Até a última eleição os dados eram gravados em disquetes. Escolas que recebem doação de computadores considerados obsoletos em termos corporativos, mas que servem para os alunos, ainda utilizam os disquetes”, exemplifica. No Paraná, Unidades de Saúde têm em grande parte computadores mais antigos, com acesso para disquetes, e o antigo disco é a principal opção na utilização de programas de controle do Ministério da Saúde.

Internet pode ser um “pen drive gigante”

“Se temos acesso à internet em qualquer lugar, para que utilizar um pen drive?”, questiona Rafael Rosa, coordenador de Cloud Computing (computação em nuvem) da Locaweb. Ele acredita que podemos considerar a internet como um “pen drive gigante”, capaz de armazenar até os softwares que temos no computador.

O Drop Box, por exemplo, é um pen drive conectado à internet. A pessoa salva os arquivos na rede e pode acessar de qualquer lugar do mundo. “Sem precisar de qualquer equipamento de armazenamento, a pessoa pode salvar o arquivo em uma pasta ligada à rede mundial de computadores e acessar esse material de qualquer lugar do mundo através de celular, computador ou notebook”, explica Rafael.

A computação em nuvem é um mercado que cresce constantemente. Gratuitos como os 2GB de armazenamento do Drop Box e o Flickr, que armazena fotos, também são vários programas da Google. A empresa criou a divisão Google Enterprise, que tem no mix de produtos o Google Apps, formado por um conjunto de aplicativos que lembram o pacote Office da Microsoft (editor de texto, planilha e programa de apresentação). O serviço já conta com mais de 2 milhões de clientes e cerca de 25 milhões de usuários ativos em várias partes do mundo, e ainda inclui, entre outras coisas, o Gmail e o Google Sites.

A tecnologia é tanta na rede que já existe até locadora virtual, onde é possível pagar pelo aluguel do filme e assisti-lo na tela do computador, imediatamente. Nas redes pequenas, a transmissão de arquivos já pode ser feita há alguns anos via Bluetooth (o que antigamente era capacidade apenas do infravermelho).

Rafael lembra que já temos conexão Wi-fi com banda equiparável à conexão via cabo. “A penetração da banda larga por todo o mundo é uma realidade e a tendência é que ela se popularize cada vez mais. Todos estão conectados em alta velocidade, ou através do 3G, sempre com fácil acesso. Por isso, deixamos ,de usar programas na máquina e começamos a usar a internet”, comenta Rafael. (FD)

Estudantes fazem lixo virar bloco de anotações

Divulgação
Crianças aproveitam disquetes velhos para fazer blocos de anotações.

No Colégio Militar de Curitiba, 30 alunos do 2.º ano do Ensino Médio criaram em março deste ano a miniempresa @note Sociedade Anônima Estudantil, que recicla disquetes para a produção de blocos de notas. O projeto está integrado ao programa Miniempresa da Associação Educativa Junior Achievement, em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).

“Durante um semestre, um funcionário da Fiep acompanha os alunos para que seja feito o desenvolvimento da empresa. Eles iniciaram a venda das ações, fizeram a escolha da diretoria, e tiveram a iniciativa de correr atrás dos disquetes”, explica a tenente Renate Kottel Boeno, supervisora do Colégio Militar de Curitiba. A empresa conta com um presidente, um diretor de Marketing, outro de Produção, um terceiro de Recursos Humanos e o último de Finanças, além de 25 funcionários.

Boa parte dos disquetes são enviados aos alunos como doação. Outros, os jovens recolheram com amigos e familiares. Eles fazem a limpeza dos disquetes e recortam papéis reciclados do mesmo tamanho para depois fazer a montagem dos blocos. O bloquinho com disquetes pretos custa R$ 4, o que é feito de disquetes coloridos custa R$ 4,50, e ainda tem blocos de disquetes decorados por R$ 5,50 e a possibilidade
de personalização do bloquinho, por R$ 6.

“Apenas 30% do lixo tecnológico é aproveitado, então tivemos a proposta de reciclar os disquetes para ajudar o meio ambiente”, conta Tanit Virmond, uma das funcionárias da @note. O projeto encerra em 9 de julho, data da formatura da turma. Informações sobre locais para doação de disquetes ou aquisição dos blocos podem ser obtidas através do http://www.twitter.com/anote ou do http://anote.webnode.com.br.

Positivo Informática já eliminou os disquetes

Na Positivo Informática, há mais de dois anos e meio os computadores já são vendidos sem a entrada de disquete. “A evolução foi muito rápida até chegar no padrão de hoje. Agora, até o produto mais simples já vem do fabricante com DVD-RW. O espaço que era ocupado pelo disquete na CPU passou a ser ocupado pelo leitor de cartões de memória”, conta Adriana Flores, gerente de marketing de Novos Produtos
da Positivo Informática.

De acordo com ela, a queda constante no preço do item mais novo, com maior capacidade de armazenamento, vai aos poucos retirando o item mais antigo do mercado. “O Blu-Ray hoje é o auge da tecnologia por que lê e grava CDs e DVDs, substituindo tudo o que já tinha, e ainda lê a nova mídia. Quando baixar o preço do Blu-Ray, os CDs e DVDs não terão mais utilidade”, explica.

No próximo mês, a empresa começa a venda de uma nova linha de computadores “top de linha”. A gerente ainda lembra que o pen drive já é mais popular que o Blu-Ray, e conquistou o mercado nos últimos cinco anos. “Ele tem formato alternativo, prático, e versátil. Armazena muito, a baixíssimo custo. Uma entrada USB serve para muitas coisas, desde instalação do teclado e do mouse até transferência de dados. Qualquer televisão de nova geração já vem com entrada USB”, afirma. Ela acredita que veremos em breve o avanço da tecnologia nessa área. “Há um espaço de desenvolvimento que vai crescer sobre o pen drive”, revela. (FD)

Novo hotmail

“Nunca fizemos uma mudança tão grande”, comemora Pedro Bojikian, gerente de produto da Microsoft Brasil, falando sobre
a revolução no Windows Live Hotmail. A partir de junho, os 360 milhões de usuários no mundo (47 milhões só no Brasil) serão migrados automaticamente para o novo webmail, que se apresentará mais eficiente e prático.

Até agosto, todas as contas deverão estar adequadas à mudança. O usuário ,que mandar e-mails com anexo perceberá imediatamente a principal diferença. “Será possível o envio de até 10GB de anexo em uma única mensagem e ainda assim ela não ficará pesada. No novo Hotmail os arquivos anexados são enviados para a nuvem e podem ser abertos em qualquer lugar do mundo sem carregar a mensagem”, explica Pedro. (FD)