MP4 a serviço do ensino a distância

Uma nova ferramenta pode elevar positivamente os índices do ensino superior no Brasil. Trata-se do aparelho MP4 que o Inteligência Educacional e Sistemas de Ensino (Iesde) deve lançar em outubro para incrementar o Sistema de Apoio ao Ensino (SAE), que a empresa oferece para instituições de educação a distância, o chamado sistema e-learning.

O MP4 que a empresa vai disponibilizar para as instituições terá capacidade para uma carga de 50 aulas de 50 minutos cada. De acordo com o diretor de ensino do Iesde, Carlos Alberto Chiarelli, um único aparelho poderá portar um curso inteiro.
Chiarelli ressalta que a grande vantagem das aulas em MP4 é a “portabilidade do conhecimento”, ou seja, o estudante vai poder assistir às aulas no ônibus, no metrô e até em intervalos de jogos de futebol. “Isso vai facilitar a vida de pessoas mais ocupadas, que precisam enfrentar a correria do dia-a-dia. Essas pessoas poderão ter mais oportunidades de acesso às aulas”, afirma o diretor.

Chiarelli conta que a nova ferramenta pode ser um marco do ensino à distância no País. Segundo ele, há algum tempo a qualidade do ensino à distância foi muito questionada porque o aluno não tinha acesso a dinâmica didática do professor. Depois vieram as aulas em DVDs, que reduziram os custos de envio de material e de produção. “Hoje já é possível o aluno interagir quase que instantaneamente com o professor”, afirma.

O diretor conta que o ensino a distância teve um crescimento exponencial nos últimos anos. Ele credita parte desse crescimento à tecnologia, que vem desmistificando os cursos a distância. “Com os recursos multimídia que a tecnologia nos disponibiliza, é cada vez menor a distância entre as aulas presenciais e à distância”. Segundo Chiarelli, 10% dos universitários brasileiros estudam por sistema de e-learning, isso nos últimos três anos.

De acordo com Chiarelli, com a inserção do MP4, o ensino a distância mantém a vantagem da tangibilidade perante aos cursos presenciais. “O aluno pode assistir às aulas mais de uma vez, reprisar o quanto for preciso para que ele possa entender determinado assunto”, diz. Chiarelli, que afirma haver um banco de aulas com mais de 6 mil horas disponibilizados pelo Iesde, salienta o conceito inovador do MP4 na educação à distância. “Na América Latina não há nada parecido. Trata-se de um recurso da educação de qualidade que está à altura das condições financeiras da população”.

Investimento na educação básica e na qualificação de professores

Chiarelli afirma que, para mudar o panorama cultural dos brasileiros, é preciso direcionar os recursos para o ensino básico e investir na qualificação de professores. “Isso é o básico, é o que muda o País. Se 95% da população tivesse pelo menos o ensino básico, metade dos nossos problemas de educação estariam resolvidos”, diz.

Chiarelli ressalta que a realidade da educação no Brasil vem melhorando. “A constituição de 1988, que estipulou investimentos mínimos a serem aplicados
na educação, ajudou a mudar uma realidade que colocava o Brasil entre os piores nesse quesito.”

No entanto, para ele, a educação não pode deixar de ser prioridade. “Isso não é o
tipo de coisa que se resolve de uma hora para outra. É preciso estar atento a todas as etapas de formação do indivíduo, prestando apoio desde o ensino básico
até as pesquisas dentro de todas as universidades“, ponderou. (NA)

Crescimento do ensino superior no País

Segundo o diretor de ensino do Iesde, Carlos Alberto Chiarelli, a educação a distância pode acelerar metas e acrescentar números expr,essivos à educação superior no Brasil.

O diretor, que foi ministro da Educação nos governos Collor e Itamar Franco, estima não haver mais do que seis milhões de universitários no País. “Para ter a mesma proporção de alunos no ensino superior que a Argentina possui, seria preciso que o Brasil tivesse mais de 9 milhões de universitários”.

Assim, Chiarelli, que considera a educação a distância mais acessível financeiramente, acredita que o setor pode fazer o País se equiparar a outros países onde o índice de ensino superior são mais expressivos. “Uma parcela desses mais de três milhões de universitários em potencial que nos separam da Argentina não teriam condições de arcar com um curso superior presencial”. Segundo Chiarelli, as mensalidades dos cursos à distância custam, em média, 30% do valor das mensalidades dos cursos presenciais.

Ele destaca que a educação a distância é fundamental para qualificar profissionais. “Nem todos tem condições de freqüentar as instituições de ensino. A educação a distância pode dar essa oportunidade.” (NA)