Luas de Saturno

Se Titã tem oceanos, as ondas não são desse mundo. Um modelo de computador desenvolvido a partir de programas para estudo dos mares da Terra mostrou que, na maior das luas de Saturno, onde uma nave européia deve pousar no ano que vem, as ondas podem alcançar alturas sete vezes maiores do que as que se vêem por aqui e moverem-se em “câmera lenta”. “Surfe em ondas gigantes poderia adquirir todo um novo significado em Titã”, brincou o pesquisador Nadeem Ghafoor, da Surrey Satellite Technology, que apresentou o modelo no Encontro Nacional de Astronomia da Grã-Bretanha. Desde que uma nave sobrevoou Titã pela primeira vez – a Voyager 1, nos anos 80 – os dados obtidos de lá sugerem seguidamente a presença de oceanos na superfície – possivelmente de metano ou etano. A confirmação possivelmente virá da sonda européia Huygens e de sua nave-mãe, a Cassini, da Nasa. Huygens será lançada sobre a superfície misteriosa de Titã em 2005. Até lá, o modelo de computador, que leva em conta fatores como gravidade, densidade da atmosfera, possível composição dos oceanos e velocidade provável do vento, serve para dar uma idéia do que esperar. A gravidade lá é dez vezes menor que a da Terra. Os ventos foram estimados em conservadores 20 quilômetros por hora. O comportamento das ondas, porém, também depende de por quanto tempo e qual distância o vento corre na mesma direção. Com base no pouco que se sabe de Titã, eles estimaram que os ventos se mantenham constantes por mil quilômetros.

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