Inovação tecnológica na vitrine em Curitiba

Realizada na sede do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Feira de Inovação Tecnológica de Curitiba (Fitec) serviu como vitrine, nos dias 21 e 22 de junho, para 25 empresas da Incubadora Tecnológica de Curitiba (Intec). Devido à importância da inovação para o desenvolvimento de soluções para os diversos problemas enfrentados hoje no Brasil e no mundo, O Estado dedicará as próximas três semanas para apresentar algumas das idéias presentes no evento. Vamos tratar desde o surgimento das iniciativas até a sua transformação em realidade com o apoio de órgãos incubadores do Estado do Paraná.

Hoje, vamos falar mais sobre a Biosmart, desenvolvedora de equipamentos para reabilitação de pessoas, monitoramento de pacientes e idosos e treinamento de atletas. A idéia para o campo de atuação da empresa veio do processo de recuperação de seu idealizador, Leonardo Rodrigues da Silva. Graduado em Informática e com mestrado em Engenharia Biomédica, ele passou por um processo de reabilitação depois de sofrer um acidente. Durante a fisioterapia, observou que o mercado era arcaico e que estava sem evoluções significativas há décadas. Então, começou a desenvolver um aparelho sem fios que monitorasse e avaliasse os movimentos do paciente em recuperação, permitindo resultados com mais mobilidade e naturalidade.

Sua idéia foi tão bem aceita que ele foi convidado a apresentá-la em um congresso europeu de eletroestimulação, em 2004. No entanto, o caráter pioneiro também rendeu problemas. Leonardo procurou várias empresas para o desenvolvimento da iniciativa, mas recebeu somente negativas. ?A inovação só é bem aceita se você tem padrão de comparação com o que existe na época. Ou seja, a evolução tem que ser pequena e o empresário tem que enxergar que vai ganhar dinheiro com o produto?, disse.

A partir dali surgiu a idéia de montar a Biosmart. ?Em dezembro de 2004 entramos em processo de pré-incubação na Intec. Logo depois, conseguimos bolsas de dois anos para três pessoas no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em janeiro de 2006 fomos incubados e começamos a trabalhar?.

De acordo com Leonardo, para entrar na empresa basta ver algo além do comum, dar uma ?viajada? em cima das situações como caminho para elaborar algo diferente. Hoje, a Biosmart conta com uma equipe de cinco funcionários e trabalha no desenvolvimento de outras soluções, além do monitor de movimentos sem fio, que ganhou o nome de Biofeed e foi apresentado pela primeira vez na Fitec.

Biofeed serve para avaliar movimentos

O Biofeed é um monitor de movimentos que pode ser utilizado tanto para avaliar o progresso de pacientes em reabilitação física quanto para aprimorar o desempenho de atletas em treinamento. ?O equipamento é sem fios, o que permite, por exemplo, a um atleta treinar ao ar livre, correndo na própria pista de competição. No caso da reabilitação, a vantagem é que o paciente pode se movimentar com maior naturalidade, sem estar preso aquela montanha de fios plugados nele?, afirmou Leonardo.

No desenvolvimento, foram incorporados projetos dos colaboradores que ajudaram a solucionar os problemas ocorridos na transição da prancheta para a realidade. O conjunto que deve ser comercializado é composto por um ou mais sensores, dependendo dos grupos musculares que se quer monitorar, e uma estação que deve ser plugada em um computador. Através do programa, os movimentos são lidos e podem ser armazenados e comparados com o de outra pessoa ou servir como base para monitorar a evolução da reabilitação.

O objetivo da empresa, agora, é desenvolver soluções em eletroestimulação para serem usadas junto com o Biofeed. ?E, lógico, procurar estudantes com idéias novas para evitar que elas acabem engavetadas na universidade?, disse. Para defender a inovação, ele ataca de Raul Seixas. ?O sonho que se sonha só é só um sonho. Agora o sonho que se sonha junto é realidade?, concluiu na apresentação.

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