Homem fica mais próximo do cometa Tempel 1

Depois de percorrer 431 milhões de quilômetros, uma espaçonave estará levando o homem aonde ele jamais esteve. Não será a Enterprise, da série Jornada nas Estrelas, mas a Deep Impact ("impacto profundo"), que chegará às proximidades do cometa Tempel 1 nas primeiras horas do domingo (3/7).

Logo em seguida, a sonda da Nasa, a agência espacial norte-americana, lançará um projétil em direção ao cometa. E é justamente esse o objetivo da missão: atingir em cheio o Tempel 1. Com isso, os cientistas esperam ampliar o conhecimento a respeito desses corpos celestes que trazem em seu núcleo material que serve como registro da formação do Sistema Solar.

Se tudo der certo, o impacto deverá ocorrer às 2h52 (hora de Brasília) de amanhã, não por coincidência Dia da Independência dos Estados Unidos, principal feriado do país. O choque deverá abrir uma cratera que pode chegar ao tamanho de um estádio de futebol e a uma profundidade de um prédio de 12 andares. Será tão grandioso que poderá ser visto da Terra, a mais de 130 milhões de quilômetros de distância. A expectativa é que o impacto possa tornar momentaneamente o cometa o objeto mais luminoso do céu.

O projétil tem 1 metro de diâmetro, cerca de 370 quilos e é reforçado com cobre. Movido a bateria, tem um sistema de navegação e opera independentemente da sonda. Uma câmera irá registrar imagens do cometa até o momento da colisão. Segundo os cientistas da Nasa, o impacto não deverá provocar mudanças significativas na órbita do Tempel 1.

O impacto será acompanhado pela Deep Impact, que estará a cerca de 500 quilômetros do cometa. A nave irá observar a colisão, o material ejetado pelo choque, a estrutura e composição do interior da cratera e mudanças no movimento do cometa. O evento será acompanhado também a partir de observatórios na Terra e dos telescópios espaciais Hubble, Spitzer e Chandra.

O cometa, com cerca de 1 quilômetro de comprimento, foi descoberto em 1967 pelo astrônomo alemão Ernst Tempel (1821-1889). A cada cinco anos e meio ele passa pela região central do Sistema Solar, onde se encontra atualmente, tornando-o um bom alvo para estudo. 

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