Entender o formato único que cada um dos circuitos neurais tem é um sonho perseguido pelos geneticistas. Apesar da combinação entre fatores genéticos e ambientais explicar em parte as diferenças, o mecanismo essencialmente genético que provoca a diversidade das células nervosas geradas ao longo do desenvolvimento de um ser vivo nunca foi totalmente elucidado.

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Dentro dessa corrida genética, um artigo publicado na revista Nature de quinta-feira dá um passo importante. Um grupo de pesquisadores norte-americanos descreve o funcionamento de um elemento genético móvel, que tem a capacidade de saltar de um gene para outro.

Os genes saltadores existem em todos os seres vivos. Os elementos móveis chamados Line-1, que acabam de ser descritos pelos cientistas na Nature, funcionam apenas em seres humanos. Os pesquisadores, em estudos realizados em ratos, conseguiram interferir no sistema e também no produto gerado por eles. No caso, células nervosas.

Os elementos estudados pelos cientistas fazem com que a maquinaria deles se mova por si só e também mobilize outros elementos. Os pesquisadores conseguiram identificar ainda o salto do mecanismo de um cromossomo para o outro.

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Os autores especulam que as diferenças observadas no cérebro, em termos de organização e função, de uma pessoa para outra, podem ser explicadas pelo funcionamento dos elementos genéticos móveis. Apesar de ser um passo importante, muitas dúvidas científicas precisam ser respondidas ainda, advertem os próprios autores.