Explosão solar gigantesca

Os satélites voltados para o estudo do Sol registraram na última terça-feira, às 9h10 de Brasília, uma explosão solar excepcional. “Foi o maior evento do atual ciclo solar, que começou em 1996 e está previsto para terminar entre 2006 ou 2007”, disse Pierre Kaufmann, coordenador do centro de Rádio-Astronomia e Astrofísica da Universidade Presbiteriana Mackenzie, onde também é professor titular.

Segundo o pesquisador, além das belas auroras que essas explosões podem produzir, elas também devem causar transtornos para as comunicações. As conseqüências podem ser verificadas no intervalo de algumas horas a três dias após o evento, tempo em que a enorme ejeção de massa solar que se seguiu à explosão pode levar para atingir a Terra. “Podem ocorrer danos temporários ou permanentes em instrumentos a bordo de satélites artificiais ou estações orbitais e também apagões em grandes redes de transmissão elétrica”, disse Kaufmann. “Aparelhos celulares via satélite também podem parar de funcionar.”

O evento cósmico foi classificado pelos cientistas como X-18, o que significa que a explosão pode ser considerada rara e intensa. “Por convenção, as explosões solares, do ponto de vista da importância, são classificadas pelo excesso de raios-X que produzem”, disse Kaufmann. A intensidade dessa radiação, explica o pesquisador, é medida em unidades de watts por metro quadrado. “A escala foi dividida para o canal vermelho em várias partes, definida pelas faixas de A, B e C até X, que são os eventos mais raros e intensos”. Uma explosão X-18 é considerada de grandes proporções, porque ela é de intensidade 18 vezes maior que o nível X. Segundo Kaufmann, nesse nível, a radiação que chega a um satélite em órbita terrestre é de 0,004 watts por metro quadrado. (Agência Fapesp)

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