EUA criam geneticamente ratos “superatletas”

Cientistas americanos e da Coréia do Sul criaram geneticamente um rato “superatleta”, capaz de correr até se extenuar por períodos muito mais prolongados que um roedor comum. Acredita-se que a descoberta poderá ser utilizada em tratamentos de males musculares e da obesidade. O projeto, realizado por especialistas americanos e sul-coreanos da Universidade da Califórnia, em San Diego (Estados Unidos), foi publicado na revista especializada “Plos Biology”.

Segundo Randall Johnson, professor de Biologia dessa universidade, o segredo da técnica está em suprimir o gene que permite aos músculos dos mamíferos mudar do metabolismo aeróbico para o anaeróbico quando os níveis de oxigênio nas fibras musculares são baixos.

Segundo comprovaram os cientistas, a incapacidade genética desses ratos de gerar energia mediante o metabolismo anaeróbico, o mecanismo bioquímico utilizado pelo organismo dos mamíferos para corridas curtas ou uso intenso de energia, lhes proporciona em compensação uma extraordinária capacidade para o exercício sustentado.

O professor Johnson acredita que esse experimento pode ser interessante para os pesquisadores de desordens genéticas humanas como a doença de McArdle, que provoca cansaço rápido devido à incapacidade do organismo de gerar energia suficiente através do metabolismo anaeróbico.

Os especialistas conseguiram alterar um gene de uma proteína que modificou a atividade metabólica do rato, incrementando o potencial muscular do animal. A equipe de cientistas conseguiu que um rato modificado geneticamente corresse 1.800 metros sem se cansar, o dobro da distância que um roedor normal consegue correr. Além disso, tornou o rato “superatleta” mais resistente a aumentar o peso, mesmo com dietas altamente calóricas.

“Essa modificação genética nas fibras musculares terá efeitos muito positivos para resolver problemas de saúde humana, especialmente aqueles relacionados com enfermidades motrizes ou obesidade”, declarou um dos pesquisadores do projeto, Ronald Evans, do Instituto Salk de San Diego.

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