Curitiba terá a primeira avenida digital do mundo

Uma rede subterrânea de fibras ópticas vai garantir o funcionamento de um complexo sistema de segurança de tráfego, com semáforos inteligentes, monitoramento da qualidade do ar e da poluição sonora, além de vigilância policial com câmeras e até pesagem de veículos.

A idéia de ampliar o projeto de eixo de transporte, incluindo um ?eixo digital?, já estava em discussão no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) e foi incentivada pelos técnicos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que passaram a semana em Curitiba estudando o projeto da Prefeitura para urbanização da rodovia.

A missão do BID deixou Curitiba nesta quinta-feira (27) com muitos elogios ao projeto. ?Não vimos um trabalho tão competente assim em nenhum outro local da América Latina. Ficamos impressionados?, afirmou Rafael Acevedo, chefe da missão do banco.

Acevedo destacou que todos os projetos financiados pelo BID têm como meta a diminuição da pobreza e que a proposta curitibana vai gerar desenvolvimento e trabalho em toda a região da rodovia.

O prefeito Cassio Taniguchi também aposta no desenvolvimento econômico da nova BR. ?A 116 dividia Curitiba em duas partes, mas agora será um elemento de integração. Será uma mudança substancial na estrutura urbana da cidade?, afirmou ele.

O projeto do eixo metropolitano de transporte, que vai atravessar 23 bairros curitibanos e ligar vários municípios da região metropolitana, deverá tornar-se referência mundial, recomendado pelo BID como modelo para outras cidades latino-americanas por conta das inovações tecnológicas.

O coordenador do projeto, Paulo Yamamoto, explicou que já existem muitas ruas monitoradas por câmeras de segurança, a exemplo do calçadão da rua XV de Novembro, e outras com sinalização semafórica inteligente, como os eixos estruturais por onde o biarticulado já passa.

?Mas um sistema completo de segurança viária é inédito no mundo?, disse. Segundo ele, as funções do sistema de fibras ópticas vão garantir desde a segurança do pedestre e do ciclista até o trabalho policial na investigação do roubo de carros.

O Intelligent Traffic System (ITS ? Sistema Inteligente de Tráfego) deverá custar cerca de US$ 2,5 milhões. O valor está incluído nos US$ 40 milhões que o BID deverá financiar para o projeto inteiro de urbanização da BR.

A Prefeitura pretende começar as obras no segundo semestre, dependendo apenas da liberação do banco para fazer a licitação. Essa autorização deverá ser concedida pelo BID em maio, quando chegará a Curitiba a missão final de análise.

O eixo sul da BR-476, que tem 11 km e vai do Pinheirinho até a altura do centro da cidade, será a primeira etapa dos trabalhos. As pistas para veículos, nos dois sentidos da via, serão feitas em asfalto, e entre elas será construída uma canaleta de concreto exclusiva para a passagem de uma linha de biarticulados mais rápidos e maiores que os atuais.

Os pedestres e ciclistas terão novas calçadas e ciclovias dos dois lados da pista. Ao lado da rodovia será feito um parque linear, com bosque e quadras esportivas, formando novos pontos de lazer para os moradores da região.

Os curitibanos estão sendo convidados a dar opiniões e sugestões para o projeto. A participação pode ser feita pela internet, na página da Prefeitura.

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