Curiosas inovações tecnológicas

ct1110606.jpgO desafio de manter o concreto como material de construção de maior solidez vem de receber uma curiosa inovação, qual seja a incorporação de fibras óticas tornando então o antes completamente opaco concreto agora numa matriz de construção semi-transparente. A idéia foi desenvolvida pelo arquiteto húngaro Aron Losoncksi e o produto foi designado de "LitraCon". Embora não haja integral transmissibilidade da luz – afinal trata-se de concreto – silhuetas são perfeitamente perceptíveis através da parede edificada com o novo material. A imagem transmitida guarda fidelidade de cores e a sensação que se cria é que a espessura e o peso da barreira desaparecem. As fibras de vidro são eficientes na transmissão da luz até uma espessura de 20 metros.

Trata-se de uma revolução para a arquitetura e engenharia, já que um ambiente deixa de ser escuro e pesado para converter-se em leve e arejado. Losoncksi começou a desenvolver o projeto enquanto estudava no Royal University College of Fine Arts, em Estocolmo, Suécia. A idéia do concreto transparente é tão boa, que sua utilização em arquitetura e engenharia não ocorre apenas aos húngaros. Bill Price, um arquiteto norte-americano, também advoga a causa e até com anterioridade.

Uma idéia bastante atraente é a combinação de música e flores. E foi exatamente esta combinação que a empresa japonesa de telecomunicações, Let"s Corp, acabou de explorar. Um aparelho de som é inserido num vaso e os acordes musicais percorrem o caule de uma planta e são liberados através do arranjo de pétalas que funcionam então como um delicado alto-falante. O arranjo todo é designado de Ka-on, que em japonês significa "música da flor". O presidente da companhia fabricante, Masumi Gotoh, garante que o sistema tem as vantagens adicionais de espantar insetos e alongar a vida média das flores. Gérberas e girassóis foram as flores mais apropriadas para a engenhoca.

A arte da fotografia submarina, ou melhor dizendo, subaquática, repousa na qualidade dos equipamentos. Esta arte evoca a imagem de câmeras volumosas e de manejo algo complicado. Uma nova visão para este lazer, esporte ou mesmo atividade científica vem satisfazer a plena expectativa dos consumidores. É a microcâmera digital SeaLife DC500, de 9 por 14 cm. Tolera mergulhos de até 60 metros de profundidade. O sistema especial de lentes compensa para baixa luminosidade e para as partículas em suspensão na água e garante fotografias nítidas e de alta resolução (até 5.5 megapixels), combinando 3x de "zoom" ótico + 4 x digital.

O bioengenheiro Robert Langer, da Sontra Medical Corporation e também professor de Engenharia Química e Biomédica do famoso MIT (Masachussetts Institute of Technology), concebeu o SonoPrep, um equipamento que libera medicamentação através de ultra-som ao invés de pressão e agulha. O aparelho, movido através de uma simples bateria, libera energia ultra-sônica de baixa energia durante uns 15 segundos diretamente sobre a pele. A onda sonora temporariamente rearranja a distribuição dos lipídios da pele, abre minúsculos canalículos e permite a entrada acelerada do medicamento. O teste básico foi feito com lidocaína, um anestésico que tarda cerca de uma hora para produzir efeito, tempo que ficou reduzido a cinco minutos quando a aplicação foi feita a partir do SonoPrep. O custo estimado do aparelho era de US$ 2.000. As aplicações mais óbvias para o novo equipamento seriam a insulina e vacinas infantis.

José Domingos Fontana (jfontana@ufpr.br) é professor emérito da UFPR junto ao Departamento de Farmácia, pesquisador do CNPq e prêmio paranaense em C&T. 

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