Brasil enriquece urânio a partir do próximo ano

O Brasil estará efetivamente enriquecendo urânio a partir do início de 2004, quando a primeira das dez cascatas que serão adotadas na fábrica de Resende (RJ) entrar em funcionamento, embora só ao longo do ano o enriquecimento atingirá uma escala que permita seu aproveitamento comercial nas usinas do país. A informação é do presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Oldair Dias Gonçalves.

Segundo ele, já este ano, as centrifugadoras da primeira cascata da unidade de Resende entra em fase de teste, mas operando sem o urânio. Golçalves explicou que com apenas 30% do seu território prospectado, o Brasil já tem a terceira maior reserva mundial de urânio, com cerca de 600 mil toneladas. “Temos um enorme potencial exportador de urânio enriquecido. Para se ter uma idéia, nossas reservas são suficiente para tocar as nossas usinas por cerca de mil anos. No entanto, descasos de governos anteriores fazem com que hoje, o minério utilizado em Angra 1 e 2 saia de Catité, na Bahia, vá para o Canadá, onde é convertido em gás, seguindo depois para a Europa, onde é enriquecido, e volte em forma de gás para Resende, onde é transformado em pastilha”.

O presidente da Cnen lembrou ainda que apenas seis países no mundo dominam a tecnologia de ultracentrifugação: Rússia, China, Japão, e um consórcio europeu (Urenco) formado por Holanda, Alemanha e Inglaterra – e é justamente este consórcio que abastece as usinas nacionais.

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