Arqueólogo pesquisa Floresta Atlântica

Sinais de ocupação humana há cerca de seis mil anos foram detectados em uma reserva pertencente à Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem (SPVS), localizada em Guaraqueçaba, no litoral do Estado. A área, que possui sete mil hectares, abriga remanescentes de Floresta Atlântica e está sendo alvo de pesquisas por parte de arqueólogos.

Segundo o geólogo e arqueólogo Laércio Loiola Brochier, o sítio arqueológico foi descoberto em meados do ano passado. As descobertas estão ligadas aos sambaquis, “uma espécie de depósito de conchas moídas e terra preta associados a grupos de pescadores-coletores-caçadores que ocuparam o litoral em uma época que varia de 1.500 a 6.500 anos atrás”.

Na área, foram encontrados raspadores, artefatos polidos, pedras de fogueira, lâminas de machado e fragmentos de vasilhames e utensílios cerâmicos. Os objetos teriam pertencido a representantes das tribos indígenas itararé e tupi-guarani.

Também foi identificada, através da descoberta de fragmentos de vasilhames, louças, vidros e utensílios cerâmicos, a existência dos chamados sítios neobrasileiros. “Esses evidenciam o contato entre os povos europeus e indígenas”, explica Laércio.

Estudos, que estão sendo realizados de forma permanente, buscam identificar processos de degradação e um possível potencial público na área da SPVS. No futuro, com base em pesquisas mais avançadas, o local pode servir tanto a estudo, recebendo a visita de crianças e pesquisadores, quanto ao turismo controlado.

No total, na região de Guaraqueçaba, existem cerca de 150 sítios arqueológicos descobertos. Todos eles se encontram em áreas costeiras. Alguns estão mais próximos da terra e outros mais perto do mar. “A manutenção desses sítios é de fundamental importância para a continuidade do trabalho de arqueólogos”, finaliza Laércio.

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