Ameaçados de extinção

Pelo menos 300 espécies animais criticamente ameaçadas de extinção estão vivendo em áreas desprotegidas. Outras 237 consideradas ameaçadas e 267 classificadas como vulneráveis estão na mesma situação: fora da rede de mundial de reservas e parques que garante alguma proteção legal às espécies existentes ali. Os dados, organizados pelo Centro de Ciências Aplicadas à Biodiversidade da ONG Conservation International (CI), foram levantados por 21 cientistas de 15 entidades, inclusive do Brasil. O levantamento está na edição da semana da revista científica britânica Nature. Sem mudanças no quadro, o que se verá nas próximas décadas será extinção em massa, alertam os cientistas no estudo Análise Global de Lacunas. Segundo os pesquisadores, a constatação pode obrigar a uma revisão no planejamento de conservação. Atualmente, 12% da superfície do planeta está protegida legalmente. “Proteger mais de 10% da superfície do planeta é uma grande conquista para a conservação”, afirmou, em um comunicado, o pesquisador Gustavo Fonseca, co-autor do estudo, vice-presidente executivo para Ciência da CI e professor de Zoologia da Universidade Federal de Minas Gerais. “Mas esta análise prova que não importa quão atrativo politicamente seja um alvo em percentagem. O que a conservação deveria realmente privilegiar são aqueles lugares com grandes concentrações de espécies ameaçadas e endêmicas, isto é, que só existem ali e em nenhuma outra parte da Terra.” Durante a análise, os pesquisadores sobrepuseram o mapa das áreas onde ocorrem 11.633 espécies a um mapa com as 100 mil unidades de conservação instituídas em todo o planeta. Das espécies avaliadas, 1.171 são de aves, 4.735 de mamíferos, 5.454 de anfíbios e 273 de tartarugas de água doce.

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