Quando é que o medo se torna uma fobia?

Medo de viajar de avião, medo de assalto, medo de falar em público. Quem nunca sentiu? O medo faz parte das nossas reações de defesa mas para algumas pessoas este sentimento é tão forte que chega a limitar grande parte da vida. Mas como saber o que é normal e quando procurar ajuda?

Segundo a psicóloga Janice Ornieski, o medo patológico é chamado de fobia e pode ser descrita como um medo persistente, intenso e irracional que gera muita ansiedade. “A pessoa não consegue acessar recursos para se proteger na situação de desconforto, passando assim a evitar as situações ou os objetos que geram tal ansiedade”, explica ela. Geralmente quem sofre têm consciência do exagero mas mesmo assim não consegue evitar o sentimento.

Para a Dra. Janice o mal-estar não é apenas psicológico e pode originar sintomas físicos “Além da tensão, apreensão e inquietude a pessoa apresenta reações orgânicas – provocadas pela ativação do sistema nervoso autônomo – como aumento dos batimentos cardíacos, respiração acelerada e sudorese”.

As fobias mais comuns estão relacionadas a animais, insetos, altura, elevador, sangue, injeção, locais fechados, aviões, tempestade e água. Mas é possível desenvolver fobias ligadas as mais diversas situações ou objetos. Isso porque a doença pode estar ligada a inúmeros fatores que fazem parte da subjetividade e da experiência de vida de cada um. Para alguns elas podem ser fruto de eventos traumáticos ou estressantes e para outros podem estar ligadas a características individuais como necessidade de controle, perfeccionismo ou estresse em nível elevado.

Como tratar

Geralmente é preciso uma abordagem combinada, aliando medicações para combater a ansiedade e psicoterapia para auxiliar na mudança dos pensamentos e mecanismos que desencadeiam o medo, explica a Dra Janice.

Atualmente existem algumas técnicas que procuram oferecer resultados mais rápidos como é o caso da hipnose ou da chamada EMDR (Técnica de dessensibilização e reprocessamento de informações através dos movimentos oculares).

Esta última, relativamente recente no universo das psicoterapias, busca desatar os possíveis nós criados por experiências traumáticas que permanecem armazenadas na mente. Através do emprego de técnicas de estimulação dos movimentos laterais dos olhos, é possível reorganizar as sensações, percepções e emoções vinculadas a estes eventos vividos, desfazendo assim o trauma.

As terapias cognitiva-comportamentais também costumam ser muito eficazes no tratamento das fobias. O foco é ajudar o paciente a perceber racionalmente que seu medo é desnecessário e aos poucos encorajá-lo a se aproximar do objeto ou situação temida, uma técnica chamada de dessensibilização. Os resultados costumam aparecer em poucas seções.

 

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