Ovários Policísticos – leve este problema a sério

Ciclo menstrual irregular, aumento de pêlos no rosto, seios e abdômen podem indicar a presença da Síndrome dos Ovários Policísticos ou endomentriose. Um dos principais sintomas da doença é o grande intervalo entre as menstruações, que pode durar até seis meses. Isto ocorre porque há um aumento na quantidade de hormônios masculinos, o que provoca um desequilíbrio hormonal, afetando a ovulação. Segundo o especialista em reprodução humana Joji Ueno, o aumento do peso também pode contribuir também para o aparecimento da síndrome.

A doença geralmente começa na adolescência e vai até a menopausa. O médico explica que a importância que se dá ao caso depende da fase da vida que a mulher atravessa. “Na puberdade e na adolescência, os pêlos causam maior incômodo. Depois, na idade do casamento, preocupam as alterações menstruais, que podem ser sinal de infertilidade. Há, também, o momento em que a obesidade representa o maior inconveniente”.

O diagnóstico é feito com ultra-som ou pelo toque realizado no exame ginecológico de rotina. “Em alguns casos, basta examinar a paciente para localizar os dois ovários aumentados. O ovário tem mais ou menos 9cm³, o ovário policístico chega a ter 20cm³”, afirma Joji Ueno.

A doença é crônica e não existe cura, por isso o tratamento deve ser regular.  “Às vezes, só a perda de peso provoca a reversão do quadro, porque a obesidade gera resistência à insulina e essa resistência produz o aumento de andrógenos, os hormônios masculinos. Se ela não for obesa, torna-se necessário diminuir a produção dos hormônios masculinos e uma das maneiras mais simples de fazê-lo é por meio da pílula anticoncepcional.”

Mas a síndrome pode afetar a fertilidade, principalmente após os 23 anos. Segundo o médico, até esta idade a mulher pode ovular esporadicamente e consegue engravidar, depois fica mais difícil e é possível que ela tenha que recorrer a um tratamento. “As mulheres, em geral, respondem ao indutor da ovulação mais corriqueiro que existe, o clomifeno. Ele é administrado por via oral, cinco dias por ciclo, a partir do primeiro dia e é capaz de corrigir as anomalias endócrinas e provocar ovulação.”

Quem não obtém sucesso com esta técnica pode optar pela fertilização in-vitro ou fazer a cauterização laparoscópica. Neste último caso, as perspectivas são animadoras. O médico explica que algumas mulheres não só conseguiram engravidar, como tiveram o ciclo menstrual normalizado “Através de três pequenas incisões na parede abdominal, os cistos são cauterizados. Com isso, as pacientes começam a menstruar, ovular e ficam grávidas. Muitas chegam a menstruar regularmente até a menopausa”.