Implantes de silicone estão cada vez mais frequentes

Cada vez mais as mulheres vêm perdendo o medo de enfrentar o bisturi para melhorarem a autoestima. A maior prova disso é que o aumento das mamas é o segundo tipo de cirurgia plástica mais realizada no país, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP). De acordo com a entidade, foram feitas 148.982 mamoplastias de aumento em 2011 no Brasil, o que correspondeu a 16,45% do total de cirurgias plásticas feitas no mesmo ano.

Mas quais são os cuidados necessários para fazer uma prótese de silicone? De acordo com o cirurgião plástico Alderson Luiz Pacheco, o primeiro passo para quem quer fazer o implante de silicone é a escolha do médico. Ele destaca que é preciso escolher um médico que seja credenciado pela SBCP. “Existem médicos que não são e tentam enganar as pessoas dizendo que são filiados a outras sociedades. Para ter certeza, é só entrar no site da sociedade e consultar se o médico é credenciado através do nome e da localidade”, explica.

Conhecer o trabalho do cirurgião também é importante. “A melhor maneira de ver o resultado é conhecer pacientes que ele já operou”, ressalta o médico. Por último, é preciso saber onde será feita a cirurgia – seja em uma clínica ou em um hospital. Pacheco comenta que muitas pessoas preferem os hospitais pela vantagem de ter Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas lembra que “nem todo hospital possui UTI”. Ele cita ainda como lado positivo das cirurgias feitas em clínicas o índice reduzido de infecção hospitalar.

A preparação para a cirurgia, segundo o especialista, envolve ainda consulta prévia com anestesista; realização de exames de sangue para avaliar se a paciente tem diabetes, glicose baixa ou outro fator que pode prejudicar a cicatrização; eletrocardiograma e exames do coração; e exames específicos como a mamografia e a ecografia.

Muitas opções

A variedade de tipos de prótese de silicone é enorme. Existem diferentes formatos, texturas e tamanhos, que são escolhidos conforme o gosto de cada paciente. Cada um tem uma especificidade que pode auxiliar na forma de fazer a opção. Quantos às texturas, de acordo com Pacheco, as próteses podem ser lisas, texturizadas, de poliuretano e de esponja de silicone. “A lisa tem um índice de rejeição muito alto e a texturizada é a mais utilizada”, conta o médico. Sobre o conteúdo, as próteses podem ser feitas de gel coesivo – “caso ela rompa, o gel não migra, fica preso no lugar” – e líquido, como soro fisiológico – “a desvantagem é que pega a temperatura ambiente”.

Ivonaldo Alexandre

Quanto ao formato, as próteses podem ser anatômicas, naturais ou redondas. Para que a paciente faça a escolha do tipo e do tamanho do implante, Pacheco orienta que ela faça um teste. “A paciente coloca um sutiã que não tem nada de volume e vai experimentando cada prótese, de camiseta branca”, explica. O tamanho pode ser definido seguindo a proporção com as medidas “ideais” para mulheres, de 90 cm de busto, 60 cm de cintura e 90 cm de quadril.

“O pós-operatório precisa ser visto como mais uma etapa de todo o processo e deve ser levado tão a sério quanto o momento da decisão pela cirurgia. Uma boa recuperação pode ser o fator decisivo para um resultado mais adequado e seguro”, ressalta Pacheco. Os cuidados após a cirurgia envolvem não levantar os cotovelos acima da altura do ombro por 21 dias, não dirigir por três semanas e fazer o acompanhamento com o cirurgião plástico.

Realização de um sonho

Desde quando era adolescente, Daiane Lisozski queria ter seios maiores. “Eu tinha o peito muito pequeno, era meu sonho desde c,riança. Queria me sentir melhor, mais valorizada”, explica. Ela fez a cirurgia há dois meses. “Decidi no dia 28 de agosto e no começo de setembro já estava fazendo. Foi tudo muito rápido”, conta. A escolha do médico de Daiane foi a partir da indicação de uma amiga. “Vi que ela tinha ficado bem bonita e foi o que mais gostei em todas que eu vi”.

Os três primeiros dias após a cirurgia foram os mais difíceis, segundo Daiane. “Os únicos dias em que dói bastante foram do primeiro ao terceiro, principalmente para dormir”, relata. “Depois foi bem tranquilo, não tenho o que reclamar. Minha cicatrização foi bem rápida”. A pausa na musculação foi a parte mais difícil da recuperação. “Pratico musculação há seis anos, então foi bem complicado ficar um mês sem”. Mas a compensação veio em forma de autoestima. “Já consegui me sentir bem mais mulher com isso”.