Happy hour colorido é a nova tendência em Curitiba

Drinques e petiscos se misturam a opções de maquiagem, manicure e sobrancelha nas páginas do cardápio de um nail bar. Criado nos Estados Unidos, este conceito original de salão de beleza consolidou-se na Europa antes de aterrissar no Brasil. Curitiba aderiu à moda em junho do ano passado, quando o primeiro nail bar da capital foi inaugurado.

Na esteira do Pietral Nail Bar, que leva o nome da proprietária Pietra Junglair, surgiram outros dois: o Camarim Nail Art e o Fancy Nail Lounge, ambos inaugurados em dezembro. Para Bettina Seleme, uma das sócias do Fancy, o objetivo é unir o útil ao agradável.

Em um espaço tranquilo – sem o incômodo barulho de secador ou cheiro forte de produto químico -, a mulher pode cuidar da beleza enquanto faz um happy hour e coloca a conversa em dia com as amigas. Se for numa sexta-feira, então, a cliente já pode fazer o famoso “esquenta” no bar e sair maquiada e com unhas prontinhas para a balada. “Essa era a nossa ideia, mesmo porque nas sextas e sábados, nosso bar fica aberto até as 22h”, explica Bettina.

No Camarim, o ambiente é intimista e aconchegante. “A decoração remete a um verdadeiro camarim, com espelhos e luzes que recriam este ambiente”, conta a proprietária Rafaela Quintana. Um dos serviços mais procurados é o alongamento acrílico. “É uma técnica nova, que além de tratar unhas, não machuca na retirada, pois não são usadas lixas para a remoção, mas produtos que derretem o acrílico”, explica.

Para entrar no clima de um nail bar, nada melhor que pedir uma bebidinha e brindar com as amigas. No Fancy, o coquetel mais pedido é o tradicional Cosmopolitan. O drinque, que mistura vodca, cointreau e suco de limão e cranberry, surgiu nos anos 1960, mas ficou famoso com a personagem Carrie Bradshaw, do seriado Sex And The City. Em 2009, foi considerado o drinque da mulher moderna.

No cardápio, bem-humorado, os drinques preparados pela “barwoman” disputam espaço com diferentes estilos de unhas: a tradicional “Francesinha”, a “Caviar”, a “Louboutin” (pintadas dos dois lados, como no sapato) e até a “Jornal”, feita com um kit importado pra quem curte Jornalismo. O valor dos serviços não fica muito além do praticado em outros salões, mas há mais variedade. No Pietra, são 1.200 cores. No Fancy, 1.400. Um deles é o 537 da Dior, usado pela personagem Morena, de Salve Jorge.

Primeira vez

Difícil encontrar um homem que tenha paciência para esperar a mulher no salão de beleza, pois o ambiente não é nada convidativo para eles. Mas, num nail bar, o cenário é outro. Enquanto aguardava a namorada, o estudante Gabriel Matuela, 21, ficava de olho do cardápio. “Se fosse num salão normal, eu ficaria entediado”, disse ele.

A namorada, Ana Souza, 18, mora perto do salão e resolveu entrar no Fancy no Dia Internacional da Mulher. “Eu passo por aqui todos os dias e acompanhei a construção. É um ambiente muito mais agradável, sem barulho”, aprova. Para a manicure Vanessa Fernandes, que já trabalhou em outros salões, o nail bar não tem comparação. “Aqui é o paraíso. Não preciso ficar pra cima e pra baixo com minha maleta, que me fazia perder muito tempo”.

Prós e contras

A bancária Ana Marina Godoy, 33 anos, também foi a um nail bar porque mora perto. “O lugar me atraiu por ser moderno. O preço é normal se você não fizer absolutamente nada de diferente na mão. Mas, se quiser uma francesinha ou filha única, fica mais caro”, diz ela, que se tornou uma cliente fidelizada.

Já uma psicóloga, de 27 anos, que não quis se identificar, afirma que esperava mais do serviço. Ela conta que foi no mês de inauguração de um dos salões por indicação de uma amiga. “Meu objetivo era descobrir algo diferente, algum entretenimento enquanto fizesse as unhas. Além disso, eu buscava manicures mais especializadas para inovar na cor, decoração e até colocar extensões nas unhas, queria um serviço melhor”, explica.

Porém, a decepção foi grande. “A manicure era pior que a que me atende em outro salão. Havia apenas um iPad pra q,ue todas as clientes as opções de decorações em unhas. As fotos pareciam ser tiradas de outros sites e, “coincidentemente”, o esmalte que escolhi não tinha”. Ela também queria extensões de unhas, mas esbarrou no mesmo problema. “Acabei escolhendo uma opção que a minha manicure do salão comum faria até com mais facilidade”, lamenta.

O cardápio foi outro ponto fraco. “Vi que não tinha cerveja e só tinha brownie. Além disso, não tinha muito clima de bar. Tinha apenas um DVD da Lady Gaga tocando”. Mesmo assim, ela afirma que voltaria ao salão para ver se melhorou. “Não tenho dúvidas de que algumas falhas já foram corrigidas, mesmo porque fui no mês de inauguração”, justifica.

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