A série Lendas Vivas retorna em nova fase na próxima segunda-feira enfocando um dos maiores jogadores do futebol paranaense, ídolo maior de Clube Atlético Paranaense e Coritiba Foot Ball Club: José Roberto Marques que hoje aos 69 anos é um pacato cidadão de Serra Negra, comunidade tranquila, bonita e agradável encravada na região serrana no interior de São Paulo, 75 quilômetros a nordeste de Campinas. Lá, onde reside há 23 anos, Zé Roberto é amado pelos moradores que o conhecem, é um cidadão ilustre que será homenageado em breve com o título de Cidadão Serrano Honorário.

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Já era para o velho craque ser entrevistado para a série. O problema era como, quando e onde encontrá-lo. Embora more em Serra Negra, às vezes ele se ausenta por dias ou semanas para visitar os amigos, como Tião Abatia, que mora em Ribeirão do Pinhal. E quando vem, às vezes, em Curitiba, não costuma avisar ou ficar disponível para entrevistas. Até as homenagens que eram rotineiras depois que parou de jogar profissionalmente ficaram mais raras nos últimos anos. “O São Paulo sempre chamava a gente, todos os anos, mas faz dois anos que não chama mais ninguém”, disse ele. Alguns amigos se foram. “Fiquei sabendo que o Bellini se foi. A última vez que eu o vi, ele não reconhecia mais ninguém”, diz ele sobre a morte do grande beque central da Seleção, São Paulo e Atlético.

E a coisa ficou ainda mais complicada quando se noticiou que Zé Roberto sofreu um AVC (acidente vascular cerebral), que o maltratou bastante. Alguns, que nem sabiam da extensão do problema, diziam que ele ficou muito estropiado. Há algumas semanas encontrei na portaria do jornal o ex-ponta-esquerda Aladim, um dos grandes amigos de Zé Roberto ainda hoje e ele disse: “O Zé sofreu um AVC, mas está bom. Não foi o suficiente para tirá-lo de combate. Mas não sei como você pode falar com ele. Entra em contato com o Capitão Hidalgo que deve ter o telefone de todo aquele pessoal antigo”, disse. Quando conversei com Tião Abatiá sobre Zé Roberto, no final do ano passado, ele disse: “O Zé Roberto às vezes aparece em casa. Ele é muito tranquilo, pessoa muito boa. Às vezes ele fica umas duas semanas por lá”, disse.

Mas não conseguia informações que me facilitassem o encontro. Tentei sem êxito alguns contatos telefônicos com Serra Negra. Na semana passada eu decidi arriscar ir até o interior de São Paulo, ainda que fosse uma viagem sem êxito. Sai de Curitiba na noite de quarta-feira num ônibus da Transpen em direção a Campinas, de onde pegaria outro ônibus para Serra Negra. Na viagem pensei que estava fazendo uma viagem boba, achava que as chances de encontrar Zé Roberto podiam ser pequenas. Ele poderia estar na casa de algum amigo, ou em repouso por causa do AVC, coisas do gênero. Mas não podia deixar de tentar. Não fui animado. E fiquei pior porque não dormi na viagem. O trecho da BR-478 entre Juquiá e Piedade é cheio de ondulações na pista, tinha curva a cada 20 metros e passa por grande região de floresta. O frio e a umidade da vegetação na madrugada não melhoravam o meu humor.

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Turismo

Serra Negra é uma estância hidromineral de Serra Negra. Lá é possível curtir o turismo tradicional, de compras, de eventos e rural.

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