Lenda Viva

Nunca um gol fez tanta falta na carreira vitoriosa de Washington

Nunca na história do Fluminense houve tanta esperança. Era noite de 2 de julho de 2008. O tricolor perdeu a primeira partida das finais da Libertadores em Quito para a LDU por 4x 2, na noite de 25 de junho. A partida final e decisiva seria no Rio de Janeiro. O Fluminense fez o mais difícil: venceu o adversário por 3×1. A decisão foi para os pênaltis. O que estava de bom tamanho. A tensão no estádio era grande. No entanto, na hora de bater, Conca, Thiago Neves e Washington erraram a cobrança. Nunca um gol fez tanta falta. A decepção no Maracanã foi maior que a expectativa da torcida tricolor. E a LDU se transformou no primeiro time do Equador a ser campeão continental. Nesta noite, Chico Buarque não ficou para ver a banda passar e lá no céu Nelson Rodrigues foi dormir com dor de cabeça.

Seis meses antes as esperanças eram enormes. O Fluminense queria montar um time para levantar o título continental. E o atacante foi o primeiro grande reforço para disputar a Libertadores de 2008. E ele continuou um destaque da equipe na disputa da Libertadores, na qual marcou seis gols, alguns decisivos.

E tudo para perder um título na disputa de pênaltis. Mas desgraça pouca é bobagem, diz o velho ditado. O calvário do Fluminense não terminaria naquela noite em que perdeu o título de campeão para a LDU no Maracanã – continuaria o resto do ano. Como o técnico Renato Gaúcho, apostou todas as suas fichas na competição continental, ele se esqueceu do Campeonato Brasileiro, no qual o Fluminense foi acumulando derrotas atrás de derrotas e as últimas colocações. Foi aí que a pontaria de Washington voltou a ser fundamental e aquele pênalti acabou esquecido. Em 28 partidas que o atacante disputou no Brasileirão daquele ano, ele marcou 21 vezes, tornando-se pela segunda vez artilheiro da competição nacional. E mais, em três ocasiões marcou três gols em uma partida: contra o São Paulo, Náutico e Atlético.

No final do ano, ele foi para o São Paulo, onde teve uma passagem cheia de altos e baixos. Mas voltou logo depois, reestreando com dois gols na vitória de 3×1 sobre o Atlético. O resultado colocou o tricolor na liderança do campeonato. O seu último gol foi marcado no dia 15 de setembro na derrota para o Corinthians. Seu último lance de glória aconteceu em 5 de dezembro contra o Guarani no Engenhão. Carlinhos cruzou a bola, Washington desviou de cabeça e Emerson marcou o gol. Que garantiu o título de campeão brasileiro para o Fluminense pela terceira vez. Estava de bom tamanho.

Arquivo

Companheiros em campo

“Ilan no Paraná, o Dagoberto e Jadson (foto) no Atlético, Macedo na Ponte, Conca e Fred no Flu. Foram importantes na minha carreira.”