Luizinho do Savoia, o ídolo sem título

No dia 18 de fevereiro de 1959, um sábado, Luiz Antoniacci, com 20 anos de idade, fez sua estreia com a camisa número 9 do Água Verde. Luizinho, como veio a ser conhecido o avante que jogava no comando de ataque e na ponta direita, marcou dois gols na vitória de 3 x 1 sobre o Palestra Itália – o primeiro logo aos 18 minutos da etapa inicial. O time jogou com Pianowski; Antoninho e Zaleski; Ferramenta, Ganz e Café; Ismael, Pacífico, Luizinho, Lineu e Dinho.
Era o começo de uma paixão pelo clube que ia durar toda a carreira e o resto da vida. Considerado um dos maiores atacantes do clube, hoje ele mora no bairro Seminário e aos 74 anos relembra sua história no futebol. “Foi o único time profissional de minha vida. Eu vim do Botafogo das Mercês no final de 1958 e fiquei até o fim de 1965”, recorda.

No Botafogo, que ia decidir o título da suburbana com o Triste, Luizinho era o cara, apresentado como uma das grandes atrações do cotejo. Com direito a foto na primeira página da Tribuna na véspera da decisão da Copa do Mundo de 1958, logo abaixo de uma ilustração com o rosto de Mané Garrincha. Ele estava com tudo.

Em seguida ele foi para o Água Verde e nunca mais saiu. “Eu me identifiquei com o time”, diz. As razões para ficar toda carreira profissional no clube foram muitas. “O diretor Valdomiro Perini foi meu padrinho de casamento e eu fui padrinho da filha dele. Ficamos todos amigos. Eram outros tempos”, diz.

Gol de craque

O gol mais bonito de Luizinho foi num jogo contra o Primavera, no campo do Coritiba. “Foi um gol de bicicleta num dia chuvoso. Nós ganhamos de 2 x 1. Nunca me esqueço”, relembra. Assim como também não esquece o maior aborrecimento. Numa partida contra o Coritiba estava em jogo a Taça dos Invictos. O Água Verde passou sem derrota o primeiro turno. A primeira partida do returno estava dura. Luizinho marcou um gol de cabeça e o juiz anulou. O Coritiba marcou dois, o Água Verde diminui e no final da partida teve um pênalti. Luizinho bateu e não converteu. “Foi o único pênalti que perdi na vida”, diz.
Por ironia, quando o Água Verde foi campeão, Luizinho tinha pendurado as chuteiras, mas estava nos bastidores. “Eu sempre belisquei, nunca fui campeão”, diz. Mas com suas atuações fez história no Água Verde dos anos 1960, os melhores até então, desde a fundação do Savóia

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