Krüger, do time do Britânia direto para o Coritiba

Conhecido como “Flecha Loira”, apelido colocado pelo jornalista Albenir Ametuzzi, do Paraná Online, Dirceu Krüger é um dos grandes ídolos do Coritiba. Ele estreou no Coxa em 27 de fevereiro de 1966, contra o Grêmio de Porto Alegre, quando entrou no final da partida e marcou o primeiro gol com a camisa alviverde. Na época, o meio-campista tinha 20 anos. Mas como ninguém nasce com 20 anos, Krüger tem uma história que começou no Combate Barreirinha, clube amador do bairro em que nasceu em abril de 1945, passando pelo União Ahú, onde começou como ponta esquerda, até ser descoberto pelo Britânia Sport Clube – o primeiro e penúltimo time profissional de sua carreira.

Hoje com 67 anos, e eternizado na galeria do Alto da Glória, Kruger lembra o começo de sua carreira profissional: “Eu jogava em um time amador, o Combate Barreirinha, que na época não disputava o varzeano, apenas amistosos. E um colega, que jogava no União Ahú, me convidou para jogar lá. Eu fui, fiz um teste. Eu tinha 15 para 16 anos e passei no teste. Mas jogava no segundo quadro da equipe. Um dia, no final de 1962, houve um amistoso do União Ahú contra o Palestra Itália, que era um time profissional. Eu não ia jogar, mas eu estava no estádio e de repente um atleta não pode jogar, e ele era justamente da minha posição. Aí eu fui jogar, o técnico do Britânia estava lá e eu acabei sendo convidado para jogar no time profissional”.

Kruger chegou ao alvirrubro no começo de 1963, com 17 anos, e ficou lá até 1966, quando foi comprado pelo Coritiba. “Joguei três anos no Britânia. Tive momentos bons e a felicidade de sempre marcar gols contra o Trio de Ferro (Atlético, Coritiba e Ferroviário)”, relembra. Sobre este tempo, Kruger disse: “Era uma época romântica, na qual os dirigentes dedicavam-se de corpo e alma aos clubes. Era um misto de profissionalismo com o mais saudável amadorismo”. Dos dirigentes do Tigre da época, o Flecha Loira diz: “Lembro-me de figuras queridas como o velho Schmidt, o doutor Luiz Carlos Marinoni, o doutor Osvaldo Martin, o Valdemar Zardo, o deputado Acir José e, pouco depois, o Munir Caluf e o Airton Maganhoto. Eles carregavam o Britaninha nas costas”.

Sobre o time, a melhor campanha foi em 1964, “quando o Munir Caluf assumiu o futebol e contratou vários jogadores. Começamos arrasando, tanto que nas primeiras três partidas ganhamos dos três grandes da Capital: o mesmo placar, 2 x 1, em cima do Atlético, do Coritiba e do Ferroviário. Era um time bem arrumadinho, que deu trabalho. Terminamos em terceiro lugar”. O resto da história qualquer coxa-branca sabe: em 1966, Kruger foi para o Alto Glória e de cara caiu no agrado da torcida. Virou ídolo do clube.

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