Sonhos realizados

Craque Assis foi sucesso no Atlético, Fluminense e na Seleção

O ex-jogador Benedito de Assis Silva, de 61 anos, o meia-esquerda Assis, morreu ontem de manhã em Curitiba, vítima de insuficiência renal. O jogador morreu pouco mais de um mês depois de seu companheiro Washington César Santos, que tinha 54 anos e faleceu no dia 25 de maio em decorrência de esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença neurodegenerativa e sem cura. Curiosamente, ambos morreram num domingo de manhã. Assis era casado, deixa dois filhos.

Em entrevista concedida para a Tribuna há dois anos ele alegava que teve o ‘azar’ de jogar no Morumbi na época em que os craques do tricolor eram de nível de Seleção. “Como é que o técnico ia tirar um cara da Seleção para me colocar? Então eu tinha que ir também para a Seleção”, disse ele, em tom bem humorado.

A sua transferência para o Internacional foi uma tentativa de aos 29 anos, ganhar maior projeção, o que acabou não acontecendo, embora tivesse sido campeão gaúcho. Depois da gloriosa passagem pelo Atlético, seguiu para o Fluminense. E não se arrependeu. Assis já estava com 31 anos, mas fez 177 partidas pelo tricolor carioca, marcou 54 gols, foi campeão brasileiro em 1984 e tricampeão carioca em 1983, 1984 e 1985. Ele conquistou a torcida tricolor por ser considerado um carrasco do rival Flamengo, marcando gols em partidas decisivas. Finalmente chegou onde queria: no topo. Foi então convocado para a Seleção. “Eu posso dizer que tive o orgulho de vestir a camisa verde-amarela”, disse ele.

Em nota oficial, o presidente do Fluminense, Peter Siemsen, lamentou a perda do ídolo. “É uma perda muito grande. Assis foi um dos maiores ídolos da história do Fluminense. Marcou uma geração. Um ídolo que tinha uma forte ligação com o clube desde sempre. Hoje é dia de reverenciá-lo por tudo que fez por nós tricolores”, disse o dirigente. Nas redes sociais, torcedores de quase todos os grandes clubes do Brasil deixaram mensagens ao grande craque. “Mesmo torcedor do Palmeiras, admirava o talento e irreverência desses dois, até hoje não consigo separar um do outro. Que festa eram seus gols”, disse o torcedor nominado como Costa Luiz, que resumiu o sentimento de todos aqueles que viram Assis correr pelos gramados e encher de alegria o futebol brasileiro dos anos 80.

Homenagem

O Atlético lamentou a morte de um dos seus maiores ídolos. Em nota em seu site oficial, o Furacão diz que o falecimento do ex-jogador “deixa uma lacuna na história do clube”. O Coritiba também lamentou a morte de Assis.