Carrasco do Bangu, Toby foi jogar no time carioca

A torcida do Bangu tinha um culpado pela perda do título nacional de 1985 para o Coritiba: Toby, que jogou demais e além de sofrer a falta que se converteu em gol, simplesmente desequilibrou a partida.

O presidente do time de Moça Bonita, o bicheiro Castor de Andrade, botou na cabeça que tinha de levar Toby para disputar a Libertadores das Américas e no início de 1986 meteu a mão no bolso, sacou uma fortuna – Cr$ 700 milhões – e tirou-o do Coxa. O jogador à época tinha 24 anos.

A Taça Libertadores ficou no sonho porque não apenas Toby, mas todo o time do Bangu não se deu bem na competição internacional. Ficou a sensação de que esperavam mais do atleta que tirou o doce da boca do Bangu e que Toby tinha arrasado apenas na final do Brasileiro do ano anterior. Mas isto era mais impressão de torcedor. Porque os treinadores o consideravam uma peça fundamental no meio campo, por ser um guerreiro combativo.

O jogador que estreou com a camisa do Bangu no dia 2 de fevereiro de 1986, na vitória de 2 x 1 contra o Mesquita e fez sua última partida no dia 13 de setembro de 1989, na vitória de 1 x 0 contra o Democrata de Minas Gerais, durante os três anos e meio que ficou no time alvirrubro teve uma importância gradativa.

Além de ajudar na conquista da Taça Rio de 1987, ele se manteve titular de um time que nos dois anos seguintes à sua chegada começava a perder seus maiores craques. Pelo Bangu, Toby fez 157 partidas, com 60 vitórias, 50 empates e 47 derrotas, num aproveitamento de 54%. Ele marcou quatro gols.

Quando em 1988, o Bangu foi rebaixado no Campeonato Brasileiro, Toby veio a público reclamar da ausência de Castor de Andrade, que não podia mais comparecer aos vestiários para incentivar o time e os jogadores, porque estava preso.

Castor foi um dos maiores bicheiros da história da contravenção no Rio de Janeiro. “O Bangu está como um filho sem o pai. Se Castor não for liberado, nosso time acabará também na 2ª Divisão do Campeonato Estadual. Não é questão de falta de personalidade, mas sim de respeito”, afirmou Toby.

No ano seguinte, Castor de Andrade voltou a incentivar o time e Toby cumpriu suas últimas atuações com seriedade e personalidade, durante o Campeonato Carioca e numa excursão à Europa. Logo foi vendido para o Vitória, onde o técnico João Francisco pediu a sua contratação.

Lembranças de 1985

Toby foi o jogador que mais atuou na campanha vitoriosa do Coritiba no título brasileiro de 1985. Ele esteve em 28 partidas, fez um gol. Em segundo lugar vem Índio, que atuou em 27 jogos e fez 9 gols. Os dois tiveram presença decisiva na última partida, na noite de 31 de julho de 1985, que varou a madrugada.

Toby sofreu a falta aos 23 minutos do primeiro tempo, cuja cobrança foi convertida em gol por Índio. O Bangu ainda empatou com Lulinha dez minutos depois. O jogo foi para os pênaltis. Ado do Bangu errou e Gomes do Coritiba acertou o canto direito do goleiro Gilmar.

Eram 39 minutos do dia 1 de agosto de 1985. Havia mais de 100 mil pessoas no Maracanã (91.527 pagantes). 90% torcendo para o Bangu. Mas quem fez a festa foram os 10% do Coritiba.

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