Lenda Viva

Buião, o driblador do vento, aposentou-se no Colorado

Quando se fala em grandes craques que passaram pelo futebol paranaense, um nome não pode ficar de fora: o do ponta-direita Buião. Ele passou por grandes clubes brasileiros. Foi ídolo no Atlético-MG, no Corinthians e no Flamengo. Mas a maior parte de sua carreira foi jogada no Estado do Paraná. Primeiro, em duas longas temporadas no Atlético, de 1972 a 1976; depois, no Colorado, entre 1976 a 1982, quando pendurou as chuteiras. Foram dez anos, somando as atuações pelos dois clubes.

Buião firmou raízes em Curitiba, onde nasceram seus dois filhos. Mas quando ele encerrou a carreira, voltou para a pequena Vespasiano, no interior de Minas Gerais, perto de Belo Horizonte, para cuidar dos negócios. O ponta-direita começou nos anos 1980 nova corrida para fazer da Viação Buião uma grande empresa. E, mais uma vez, venceu. Hoje, Buião é um empresário bem sucedido.

A história começa no dia 31 de janeiro de 1946, quando João Bosco dos Santos nasceu em Vespasiano. Jogar bola era passatempo de Buião, seus irmãos e seus amigos. Aos 10 anos, ele já era considerado craque. “Minha cidade era muito pequena. E o maior passatempo era jogar bola. A gente ia para a escola e quando voltava jogava bola o dia inteiro”, recorda. A família apoiava. “Na minha família fomos sete bons jogadores. De acordo com a idade, fomos nos integrando na equipe. No começo, no juvenil, éramos três que jogavam juntos. Com o passar do tempo, já éramos cinco, e depois sete”, diz.

Além de Buião, um de seus irmãos – quando adulto – jogou no Valeriodoce de Itabira (MG) e depois foi para o Goiânia (GO). Um terceiro jogou no juvenil do Atlético-MG. Mas ele foi o único que prosperou na carreira. Uma carreira forjada em Vespasiano, onde também surgiu o apelido. “Quando eu era criança, chamavam-me de Bujão. Motivo: ele tinha 1,68m, mas o sobrepeso lhe dava uma aparência rechonchuda. “Só que o técnico Juca Sapateiro, que gostava de colocar no jornal as proezas e a escalação de seu time, inclusive com os apelidos, mandou escrever um nome como Buião, em vez de Bujão”, relembra.

Quando os amigos viram, acharam engraçado e começaram a zoar do companheiro. “A gozação pegou e o apelido também. Sou Buião até hoje”, assume.