Atlético Primavera arrasou tabu atleticano na década de 1960

A edição número 2.611 da Tribuna do Paraná, segunda-feira, 2 de agosto de 1965, traz na primeira página dois destaques esportivos do fim de semana. O mais surpreendente foi o massacre do Clube Atlético Primavera sobre o Clube Atlético Paranaense em pleno estádio Joaquim Américo, a Baixada, no sábado anterior, dia 31 de julho. “Impiedosa goleada impôs o Primavera ao Atlético liquidando uma escrita que perdurava desde o ingresso do clube do Taboão na Divisão Especial”, diz texto da primeira página.

Na reportagem interna, página 13, duas grandes fotos, uma delas chamando atenção para o lateral esquerdo Japonês. “Foi uma das boas figuras do prélio. Firme e decidido, jamais brincou em serviço”. Japonês, que não era japonês, foi contratado no ano seguinte pelo Grêmio de Maringá, sendo por várias temporadas destaque do alvinegro da Cidade Canção, ao lado do zagueiro Roderlei, que jogou depois no Coritiba.

O placar foi construído no segundo tempo. Gols de Leleco, Renatinho, Anacir e Ademar, que “marcou o tento mais espetacular da tarde”. Ademar “driblou Zig com duas fintas estonteantes, passou por Adilson com muita classe, investindo celeremente contra a cidadela de Paulo Roberto. Na saída do goleiro, atirou com maestria para as redes, selando a sorte cotejo. Um golaço do “Tank primaveril”.

Segundo a Tribuna, “o escore, na verdade, foi surpreendente, pois ninguém em sã consciência poderia antecipar o débâcle rubro-negro, principalmente por uma contagem alarmante. Não se pode, porém, tirar os méritos da maiúscula vitória do time orientado por Adão Plínio da Silva. Foi liquida e insofismável. Também o placar espelhou fielmente a melhor conduta do vencedor”.

Neste mesmo ano, o Primavera derrotou o Coritiba por 3 x 2. O tricolor só não conseguiu derrotar as dificuldades que impediram, duas temporadas depois, que continuasse no futebol profissional.