Na penúltima semana de abril, um senhor de 45 anos, óculos tipo Clark Kent, cabelos curtos começando a ficar grisalhos, foi convidado a proferir palestras sobre gestão de esportes num encontro realizado em Campo Mourão, no centro-oeste do Paraná. O nome dele é Rogério Aoki Romero, londrinense há 24 anos radicado em Belo Horizonte, Minas Gerais. Romero compareceu com a experiência de secretário-adjunto da Secretaria de Esportes e da Juventude e secretário adjunto da Secretaria de Turismo e Esportes de Minas Gerais; conselheiro nacional do Esporte; presidente do Fórum Nacional dos Secretários e Gestores Estaduais de Esporte e Lazer. Mas não apenas isto. Rogério Romero foi um dos maiores e mais longevos nadadores brasileiros, recordista em participações nas Olimpíadas, ganhador de medalhas de Ouro nos Jogos Pan-Americanos e um recordista do Torneio José Finkel, um dos mais importantes do País.

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Romero disse para os presentes, entre outras coisas, algo que parece óbvio, mas é pouco praticado: para o esporte brasileiro evoluir é preciso planejamento. “O esporte permeia as áreas de saúde, educação e segurança”, disse. “Cabe a cada um de nós fazer a valorização do esporte”, acrescentou. Em outra entrevista, para o site Esporte Essencial, Romero já tinha batido na mesma tecla. Ele disse que “o esporte pode sim fazer muita coisa na vida de uma criança, mas não faz nada sozinho”. Precisa ser bem administrado e encaminhado. “Além disso, é uma alavanca de valores, ensina muitas questões relacionadas com competição, dedicação, responsabilidade e companheirismo. Mesmo em um esporte individual como a natação, o atleta não faz nada sozinho, o resultado não é só o atleta, é de toda uma equipe que o acompanha”, disse.

Então não é por falta de alguém esclacer as coisas que elas não evoluem. Romero certamente tira parte de suas lições de sua própria carreira, que foi longa. Ele relatou que começou “muito cedo, com cinco para seis anos”. Os seus três irmãos mais velhos ja nadavam, então ele acabou seguindo a carreira deles. “Comecei na Associação Cultural Esportiva de Londrina, onde fiquei até 1985. Depois, fui para Curitiba, onde fiquei até 1990 no Clube Golfinho. Na primeira Olimpíada, em 1988, em Seul, ainda estava no Clube Golfinho. Depois fui para Belo Horizonte, para o Minas Tênis Clube e participei das Olimpíadas de 1992 em Barcelona”, contou para o Esporte Essencial. Além do Minas Tênis Clube que defende 1991 a 2000 e de 2001 a 2004, ele também defendeu o Coral Springs Swim Club e o Clube de Regatas do Flamengo.

Recordes 1

Rogério Romero foi o primeiro nadador do mundo a participar de cinco edições dos Jogos Olímpicos, sucessivamente de 1988 a 2004. Além disso, foi o único nadador brasileiro a ser finalista olímpico em quatro edições: Seul em 1988 (final A dos 200m costas), Barcelona em 1992 (final B dos 200m costas), Atlanta em 1996 (final B dos 200m costas), Sydnei 2000 (final A dos 200m costas).

Recordes 2

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Especialista dos 200 metros costas, por muitos anos foi recordista sul-americano, num total de 29 vezes, além de estabelecer 41 recordes brasileiros. Bicampeão pan-americano, 15 vezes campeão dos 200m costas no Troféu Brasil de Natação, 10 vezes campeão sul-americano nos 200m costas.

Cidadão

Radicado desde 1991, em Belo Horizonte, após encerrar a carreira como atleta, ele continuou em Minas Gerais, onde foi Secretário de Turismo e Esportes do Estado e onde recebeu Título de Cidadania Honorária da Capital Mineira. 

Grande apoio

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“A fonte de incentivo para mim foi minha mãe. Dona Odete ia a todos os lugares. Quando fui campeão Pan-Americano pela primeira vez e em todos os outros momentos, ela foi a grande incentivadora. Não só ela, mas toda a milha família. O núcleo familiar é muito importante na carreira de um atleta”.

Abandonado

O Clube Golfinho, o segundo clube de Rogério Romero e pelo qual ele disputou as Oli,mpíadas de Seul, encontra-se hoje em ruínas no bairro Pilarzinho, em Curitiba.