Advogada está há sete meses sem trabalhar, depois de briga

Sete meses depois de ser agredida por cinco seguranças de uma casa noturna, junto com seu namorado, a advogada M.W., 27 anos, ainda está impossibilitada de trabalhar. Ela teve os ossos da mão direita quebrados, quando participava de uma festa, na Boate Liqüe, na Rua Vicente Machado, Batel, em junho deste ano. Seu namorado, o médico E.P.S., 32 anos, também foi agredido com chutes e socos na cabeça.

A advogada não freqüenta mais eventos, pois teme que o pesadelo se repita. ?Só denuncio para evitar que o mesmo aconteça com outras pessoas. Pensei que estava segura dentro de uma casa de alto nível?, lamenta.

Os seguranças José Roberto Claudiano, 33 anos, Thiago de Andrade, conhecido como ?Doug?, 24, Sandro Márcio Alves, 37, Ediorley Feitosa Rodrigues, 30, e Reinaldo Bergonce, conhecido como ?Bodo?, 33 – acusados da agressão – foram indiciados em inquérito policial por lesão grave, pelo delegado Carlos Mastronard, titular do 13.º Distrito Policial (Tatuquara).

Agressão

Na madrugada de 15 de junho do ano passado, o casal foi ao Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac), instalado no 8.º DP (Portão). Eles contaram que foram abordados pelos seguranças, que desferiram socos e chutes. No primeiro interrogatório, os acusados afirmaram que a jovem ficou enlouquecida, brigou com o namorado e, depois, o casal começou a agredi-los. Eles afirmam que apenas seguraram o casal, para retirá-los do local.

Depois de contar que as vítimas agrediram os seguranças, Ediorley pediu para ser interrogado novamente. Na nova versão, ele contou que a advogada foi impedida de entrar na pista de dança pelos seguranças Sandro e Reinaldo. Ao ver a cena, o médico teria pedido para que não encostassem na moça e levou socos no rosto. Reinaldo teria ainda apanhado uma estaca e atacado o médico. Ele afirmou que os outros funcionários da boate foram orientados a mentir em seus depoimentos.

O inquérito foi concluído e as vítimas aguardam que o Ministério Público ofereça denúncia nos próximos dias. No último dia 20, o advogado do casal, Cláudio Dalledone Júnior, solicitou ao delegado que indicie o proprietário da boate, Leandro Jabur, e o segurança Thiago de Andrade por fraude processual.

Dono defende acusados de agressão

O proprietário da Liqüe, Leandro Jabur, disse que o caso da agressão está sendo resolvido na Justiça. ?Tentamos um acordo amigável, mas como não foi possível, vamos nos defender pelos meios legais?, salientou. Segundo ele, a versão apresentada por todos os funcionários foi o que realmente aconteceu. Quanto à mudança do depoimento de Ediorley, Jabur disse que estranhou o fato. ?É um depoimento que não vale nada?, enfatizou.

Jabur informou ainda que os seguranças acusados da agressão não trabalham mais na boate. ?Trocamos a equipe. Mas  não devido a este problema. Tanto que o fato aconteceu em junho e trocamos os seguranças recentemente?, disse o proprietário da boate.

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