Na madrugada

Quatro detentos já morreram neste ano em delegacias superlotadas na Grande Curitiba

Dois presos morreram durante uma rebelião iniciada por volta das 4h deste domingo (5) na carceragem do 8º Distrito Policial, que fica na Avenida Presidente Wenceslau Braz, no Lindóia, em Curitiba. Com estes casos, já são quatro detentos mortos no local em 2017.

Segundo a Polícia Civil (PC), no momento do motim havia 43 presos no local, que tem capacidade para apenas 12. Para conter os detentos e inibir a tentativa de fuga, foi necessária a presença de policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e da Polícia Militar. Na delegacia, após o fim da rebelião, foi possível ver os estragos feitos por eles nas carceragens, que ficaram danificadas.

Mortos

Identificados como Adinor José dos Santos, 37 anos, e Ronaldo Baliera da Silva Bonassoli, 29, os presos mortos respondiam pelos crimes de tráfico de drogas e furtos, respectivamente. Seus corpos foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML). A remoção dos outros 41 presos já foi solicitada ao Departamento Penitenciário (Depen).

De acordo com a PC, um inquérito policial foi instaurado para apurar as duas mortes, investigação que, a princípio, deve ser conduzida pela Divisão de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP).

Outros casos

Na madrugada do último dia 16 de outubro, Fernando Cizero Gonçalves, 20 anos, foi encontrado enforcado após quase 50 dias de cárcere em uma cela superlotada do 8º DP. Ele havia fugido da Casa de Custódia de Piraquara e foi recapturado cinco dias depois. Aguardava nova transferência para o sistema penitenciário.

No último dia 12 de agosto, Marcos Gomes dos Santos, 40 anos, foi agredido e morto por detentos da mesma delegacia, também à espera da transferência para o sistema prisional. Ele foi preso por furtar seis barras de chocolate, dois desodorantes e um perfume, que valiam pouco mais de R$ 180, de uma distribuidora de bebidas no bairro Ahú.

Segundo a Associação de Delegados da Polícia Civil (Adepol), quase metade dos 9,6 mil presos das delegacias cumpre pena nessas carceragens improvisadas. A Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (Sesp) espera desafogar as carceragens policiais com ampliações e construções de 14 novos presídios no Estado.