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Polícia investiga laudo que apontou que Renata Muggiati teria cometido suicídio

Foto: Reprodução
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Há pouco mais de dois anos, a família de Renata Muggiati espera que a Justiça seja feita e que Raphael Suss Marques, o homem acusado da morte da modelo fitness, seja definitivamente preso. Nesta quarta-feira (14), dia em que mais audiência está programada para ouvir outras testemunhas do convívio do casal, uma nova informação veio à tona: a Polícia Civil está investigando o primeiro laudo, que atestou que Renata teria se suicidado.

O crime aconteceu em 12 de setembro de 2015 e, desde então, já teve algumas reviravoltas: a principal delas sobre a morte em si da modelo. A primeira informação, atestada no laudo de um médico legista do Instituto Médico-Legal (IML), era a de que Renata teria se jogado do 31º andar do prédio em que morava no Centro de Curitiba, mas outros laudos comprovaram que ela teria sido asfixiada pelo namorado, que foi preso e hoje responde em liberdade, usando tornozeleira eletrônica.

Quem divulgou a informação da investigação do primeiro laudo feito pelo IML foi o advogado Cláudio Dalledone Junior, que atua como assistente de acusação. À Tribuna do Paraná, o advogado explicou que este laudo está sendo investigado simplesmente pela suspeita de que tenha sido feita uma falsa perícia. “O exame foi colocado sob suspeita, principalmente a partir do momento em que outros laudos comprovaram que Renata tinha sido assassinada”, explicou.

As investigações seguem pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), sob-responsabilidade da delegada Aline Manzatto, mas ninguém pode falar sobre o assunto. “O caso está em segredo de Justiça, por isso, não pode ser passada nenhuma informação sobre as investigações”, explicou o delegado Fábio Amaro, titular da DHPP.

Homicídio?

Segundo Dalledone, caso seja comprovada a falsa perícia no corpo de Renata, os indícios ficam ainda piores sobre o crime. “Primeiro que é mais um indício de que houve sim um homicídio e segundo que a responsabilidade deste médico legista, que fez o primeiro laudo, fica em jogo. Outros laudos feitos pelo mesmo médico podem acabar sendo colocados sob suspeição”.

Enquanto a investigação corre, a família de Renata continua esperando uma solução para o caso. “Os familiares sofrem não só com a morte da jovem, mas também com essa divergência nos laudos, um dizendo que foi suicídio e outros afirmando e atestando que Renata já estava morta quando caiu do prédio”, comentou o advogado.

Na época do crime, o corpo de Renata chegou a ser exumado para que uma nova perícia fosse feita. “E essa própria exumação comprovou que foi homicídio também, ou seja, não nos resta dúvidas de que alguma coisa está errada nisso tudo”.

O médico investigado continua trabalhando. Embora a DHPP não possa falar, a Tribuna do Paraná confirmou que a investigação está avançada e, em breve, novidades podem surgir. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) acompanha esse trabalho da Polícia Civil. A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná (Sesp-PR) foi procurada pela reportagem e preferiu não se posicionar sobre o assunto.

Audiência

As primeiras audiências do caso aconteceram em agosto de 2016, quando cinco testemunhas foram ouvidas. Acontece que na época o andamento do processo foi suspeito, por uma questão de falta de perícias complementares. Agora, a audiência de instrução do caso Renata Muggiati está marcada para 13h desta quarta-feira, no Juizado da Violência Doméstica de Curitiba.

Essa deve ser a última audiência de oitiva das testemunhas do convívio tanto da modelo, como também de Raphael. Depois, está previsto também que a delegada que investigou o crime e os médicos legistas que fizeram os laudos no corpo de Renata também sejam ouvidos pela Justiça. Tudo vai ser importante para que seja definido se o médico vai ou não a júri popular.

Em liberdade

Na época do crime, o médico Raphael foi preso temporariamente, mas depois saiu da cadeia. Em 2016, enquanto respondia ao processo em liberdade, voltou a ser preso depois de uma denúncia de uma ex-namorada, que afirmou que Raphael tinha a agredido. Ele foi condenado a quatro meses e cinco dias de prisão, cumpriu e hoje em dia está livre, mas seguindo restrições e usando uma tornozeleira eletrônica.

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