MERCÊS

Polícia acaba com cartório clandestino e engenheiro vai preso por fraudes

Um cartório clandestino que, segundo a polícia, era usado para fraudes imobiliárias foi desmantelado pela Delegacia de Estelionato (DE) na tarde de quinta-feira (27). O engenheiro civil Carlos Soares de Souza, de 59 anos, suspeito de fabricar diversos documentos falsos, foi preso em casa, no bairro Mercês, em Curitiba, local onde também funcionava o esquema. Pelo menos três negociações são investigadas.

Um computador, carimbos de órgãos públicos e muitos outros objetos que seriam usados para as fraudes foram apreendidos na casa do homem. Segundo a DE, o engenheiro tinha um mandado de prisão preventiva em aberto pelo crime de estelionato, expedido pela Vara Criminal de Bocaiuva do Sul, Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

As investigações da Polícia Civil levaram quatro meses e os policiais descobriram que o engenheiro vendia, de forma ilegal, vários imóveis sem que os proprietários soubessem. “Ele produzia escrituras frias, forjava documentações usando o nome de terceiros e até de pessoas já falecidas. A documentação dava amplos poderes para negociar terrenos, chácaras e outras áreas de terra”, explicou o delegado Wallace de Oliveira Brito.

Foto: Átila Alberti.
Foto: Átila Alberti.

De acordo com o delegado, pelo menos três áreas de terras foram negociadas pelo homem de forma ilícita. “Um dos terrenos fica em Bocaiuva do Sul, motivo pelo qual ele já estava sendo investigado pela delegacia local e tinha o mandado de prisão em aberto”.

A suspeita dos policiais é de que outras pessoas estejam envolvidas no esquema e por conta disso as investigações continuam. O engenheiro preso vai responder por estelionato, falsidade documental e ideológica, com penas máximas que variam de cinco a oito anos de reclusão.

Nos cartórios, a documentação feita pelo engenheiro passava como se fosse verdadeira. “Como ele apresentava as escrituras, algumas até de pessoas já mortas, os cartórios aceitavam. É nisso que vamos trabalhar para descobrir quantas outras pessoas o ajudavam no esquema”.

Descoberto pela DE, foram três casos em que o engenheiro teria agido criminalmente. De qualquer forma, a polícia pede para que denúncias sejam feitas caso alguém perceba que pode ter sido vítima do mesmo golpe em escrituras. O telefone da delegacia é o (41) 3261-6600.