Condomínio da Morte

Mulher é retirada de dentro de casa, morta e enterrada nos fundos do Serra do Mar

A mulher foi arrastada e assassinada do lado de fora do residencial. Foto: Divulgação/Guarda Municipal.

Toda vez que a situação parece se acalmar no Condomínio Serra do Mar, no bairro Riacho Doce, em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), algo acontece. Há, pelo menos, um mês sem estampar os noticiários policiais, o residencial, conhecido como Condomínio da Morte, voltou a ser assunto na noite desta quinta-feira (10), com a morte de uma mulher de 55 anos. Ela foi arrastada de dentro da casa que morava dentro do residencial.

Foto: Divulgação/Guarda Municipal.
Foto: Divulgação/Guarda Municipal.

Segundo a Guarda Municipal (GM), as equipes foram acionadas depois que se ouviram disparos de arma de fogo. Os tiros foram no interior do condômino e, em questão de minutos, a mulher teria sido enterrada nos fundos do residencial, numa cova rasa.

Os guardas apuraram que a mulher foi retirada da casa em que morava, dentro do condomínio e ao lado dos apartamentos, arrastada pelo pátio do prédio e assassinada com vários tiros. Os moradores ouviram os gritos de pedido de socorro, mas nada puderam fazer. Os atiradores estavam encapuzados.

Quando as equipes da Polícia Militar (PM) e da GM chegaram, o corpo da mulher já estava enterrado no matagal que contorna o condômino. O corpo da mulher foi colocado numa cova rasa, mas não chegou a ser completamente enterrado, já que estava com as mãos para fora.

A polícia ainda não sabe o que pode ser o motivo do assassinato. As investigações ficam sob responsabilidade da Delegacia de São José dos Pinhais.

Má fama antiga

As duas unidades do Condomínio Serra do Mar, ou Condomínio da Morte, ficam na Rua Eucaliptos. Conforme a Tribuna do Paraná apurou e já noticiou, o residencial, que abriga 594 apartamentos, já foi cenário de mais de 30 mortes desde 2012, quando foi inaugurado.

Por lá, as equipes policiais costumam fazer rondas rotineiras, mas o clima é sempre tenso. O que se sabe é que, por mais que queiram falar o que sabem ou denunciar o que presenciam, os moradores são obrigados a se calar por medo. Por conta disso, quem sabe de alguma coisa sempre acaba passando informações incoerentes aos policiais, por medo de represálias.

O último crime relacionado ao residencial aconteceu em julho, quando um ex-morador foi assassinado num jogo de futebol. A Tribuna do Paraná descobriu que, depois das constantes mortes registradas no condomínio, havia uma ordem do comandante do local – que está preso: ninguém mais deveria ser morto dentro do residencial. Os assassinatos por ali, conforme a polícia, sempre acontecem para impor respeito e acertar contas por algum motivo.

Reveja uma das reportagens especiais feita pela Tribuna do Paraná sobre o condomínio: