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Família é mantida refém por duas horas no Jardim das Américas

Três pessoas da mesma família foram mantidas reféns por duas horas na manhã desta terça-feira (25) por quatro sequestradores. Várias viaturas da Polícia Militar (PM) foram deslocadas para negociar com os marginais. A ocorrência aconteceu na Rua Ana Berta Roskamp, e três bandidos foram presos, um deles conseguiu fugir. Uma das vítimas chegou a ligar para a reportagem da Tribuna pedindo que a imprensa os ajudasse.

O sequestro começou por volta das 6h40, quando uma das moradoras da casa foi abordada por quatro bandidos, enquanto saía da residência. “Uma vizinha viu a abordagem, estranhou e chamou a PM. Os policiais, que estavam perto, chegaram rapidamente e aí a situação começou”, explicou o capitão Siloto.

Perto das 8h, a primeira pessoa, uma adolescente de 15 anos, que estava sob o poder dos bandidos foi liberada. A garota foi levada para uma viatura bastante abalada e sem ferimentos. Logo depois, com a presença da imprensa, os bandidos resolveram se entregar.

Os repórteres foram colocados dentro de um veículo blindado para que pudessem acompanhar o momento em que os bandidos se entregariam. Eles liberaram as outras duas vítimas, o casal dono da casa, e saíram da residência. “Os três foram revistados, algemados e presos. Com eles nós apreendemos quatro armas, uma delas de brinquedo”.

Confira a participação da Tribuna sobre o caso na Rádio 98FM:

Os três sequestradores, um de 19 e dois de 20 anos, presos foram encaminhados ao 6º Distrito Policial (DP), no Cajuru, junto com as armas: um revólver de calibre 38, uma pistola de calibre 380, uma arma de fogo calibre 44 e um simulacro. Eles estavam com um Citroën Aircross roubado.

Os rapazes foram identificados apenas como David, Luan e Alexandro. Conforme os policiais apuraram, já na DP, dois deles estiveram presos e saíram, há aproximadamente três meses, a partir de uma decisão da Justiça. Eles respondiam por assalto.

Pedido de socorro

Quando a viatura da PM chegou, os bandidos se assustaram. “Eles tinham acabado de entrar, mas como foi tudo muito rápido, os policiais vieram muito rápido, não tiveram nem como agir dentro de casa”, contou uma das vítimas. Antes da chegada da PM, os assaltantes pediam por dinheiro e objetos de valor, mas a família não tinha. “Quem vê nossa casa pensa que temos dinheiro, mas estamos fazendo tudo aos poucos”, explicou.

Encurralados, os bandidos liberaram que as vítimas pudessem ter acesso aos celulares. “Eles nos pediram para que ligássemos para a imprensa, para que viesse acompanhar a situação. Foi aí que procuramos o telefone da Tribuna”. A dona da casa entrou em contato com a Tribuna às 6h45 solicitando a imprensa no local.

Com voz trêmula e bastante preocupada, ela falou com a equipe: “Tem assaltantes aqui em minha casa. Eles pediram a presença da Tribuna. A polícia está lá fora, mas eles só vão negociar quando vocês chegarem. Por favor, nos ajude”, disse a mulher.

Na rua da casa da família, a imprensa toda foi orientada de como deveria agir para ajudar no trabalho dos policiais. As negociações fluíram de forma pacífica e os três bandidos se entregaram. Além das equipes de reportagem, eles pediram também a presença de familiares deles, que chegaram inclusive com crianças de colo ao local.

Mantiveram a calma

Enquanto os assaltantes ficaram dentro da residência, eles comentavam que estavam no mundo do crime porque não conseguiam emprego. “Perguntamos o que eles faziam da vida, mas eles desconversaram. Logo depois eles mesmos começaram a falar, entre eles, que tinham antecedentes e nos mostraram que eram sim perigosos”, contou o dono da casa.

Usando o proprietário como o principal refém, o rapaz que seria o líder do bando ficava o tempo todo andando pela residência. “A gente teve que se obrigar a agir friamente e pensar com calma, porque um esboço de reação poderia ser fatal. Graças a Deus tudo acabou bem e nós estamos bem”, finalizou a vítima.