Eleições

Se Requião for candidato ao governo, PT deve apoiá-lo. O que você acha disso?

Foto: Arquivo / Tribuna do Paraná

Historicamente um patinho feio nas eleições no Paraná, o cenário para o PT no estado é ainda pior em se tratando do berço da Operação Lava Jato. Mas o que mais uma vez parecia terra arrasada na disputa pelo Palácio Iguaçu ganhou novos contornos com o anúncio na semana passada da pré-candidatura do senador Roberto Requião (PMDB) ao governo.

Se o peemedebista de fato concorrer ao Executivo estadual, é quase certo que os petistas marcharão ao lado dele. Do contrário, quem deve “ir para o sacrifício” numa candidatura própria ─ até para garantir palanque local ao nome petista à Presidência da República ─ é o ex-deputado federal Dr. Rosinha.

Fora o próprio Requião, nenhum partido admite abertamente que mantém conversas com o PT para a eleição ao governo do Paraná, temendo colar em si a rejeição da legenda do ex-presidente Lula. Exatamente por isso, a decisão do senador de se colocar novamente como postulante ao Executivo paranaense foi comemorada pelos petistas locais.

Presidente da legenda no estado, Dr. Rosinha disse considerar “muito positiva” a pré-candidatura de Requião. Ele ressaltou a postura do parlamentar no Congresso ─ contrária ao impeachment de Dilma Rousseff (PT) e ao governo Michel Temer (PMDB) ─, a ponto de o senador paranaense ser cotado como vice na chapa de Lula à Presidência. “Eu tenho mantido conversas frequentes com o Requião nos últimos seis meses. E ele tem conversado semanalmente em Brasília com a senadora Gleisi Hoffmann. Nós já fizemos alianças com ele no passado e certamente voltaremos a fazer esse debate.”

Mais do que o alinhamento ideológico, uma eventual aliança PMDB-PT teria pelo menos 25% do tempo do horário eleitoral na televisão, sem levar em conta a entrada de outros partidos nessa composição. Numa disputa que será curta (menos de dois meses) e mais barata (com as doações privadas proibidas), a propaganda na TV terá papel fundamental para definir o vencedor.

Sem Requião

Mas caso Requião opte por tentar se reeleger senador, o PT já definiu que vai lançar um nome do partido ao Palácio Iguaçu. E quem surge como filiado mais forte é mesmo Dr. Rosinha. “Ele tem uma história de compromisso com o PT, é o presidente do partido no estado, tem mantido dedicação exclusiva a isso. Certamente, ele é o nome que se destaca”, afirma o deputado federal Enio Verri (PT).

Rosinha diz que, se for o escolhido como candidato ao governo, irá “para a luta com prazer”. Ele, entretanto, rebate a análise de que vai receber a missão de “ir para o sacrifício”. “Será uma candidatura de construção, e não de sacrifício; uma candidatura de dar voz às pessoas que preferem o PT.”

Verri também minimiza o cenário hostil que se desenha para um eventual candidato petista na briga pelo governo do estado. Segundo ele, o partido já está acostumado em enfrentar dificuldades no Paraná, diante da “postura conservadora” da maioria do eleitorado. “Sempre vão arranjar algo para nos criticar: mensalão, Lava Jato, Lula. Se não for isso, será alguma outra coisa”, ironiza.

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