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Prefeitura de Curitiba não garante reajuste aos servidores

Foto: Arquivo

Em um dos projetos do ajuste fiscal aprovado pela Câmara de Curitiba, o prefeito Rafael Greca (PMN) transferiu a data-base dos servidores municipais do fim de março para o dia 31 de outubro. A expectativa da gestão era de que nesse tempo a prefeitura conseguiria um fôlego financeiro para pagar o reajuste do funcionalismo. Entretanto, a 15 dias do novo prazo, o prefeito ainda não garante o pagamento da reposição da inflação.

“Nós estamos fazendo um balanço para ver se conseguimos pagar alguma coisa de reajuste salarial para o nosso funcionalismo, dentro da responsabilidade fiscal. Eu tenho que ser muito firme, muito sério nisso, porque, mais que a minha popularidade, está em jogo a qualidade do serviço que a prefeitura deve a toda a população de Curitiba, que é maior do que a parcela do funcionalismo”, disse o prefeito em entrevista concedida à Rádio Jovem Pan FM Curitiba.

Caso a prefeitura decida pelo não pagamento do reajuste, encontra respaldo na mesma lei que adiou a data-base municipal. A legislação prevê que a reposição será paga atendendo aos limites estabelecidos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orçamentária Anual e Lei de Responsabilidade Fiscal Municipal, que limita o crescimento da despesa com pessoal a 80% da variação nominal da receita corrente líquida apurada no exercício anterior.

Na entrevista, apesar das dificuldades financeiras do município, Greca optou por um tom mais otimista.

“Eu sou um prefeito bem-aventurado, estou pagando os salários em dia. São pelo menos dez capitais hoje no Brasil com a corda no pescoço: em Porto Alegre a prefeitura desapareceu; a do Rio, escafedeu-se; as de Minas Gerais, Nordeste e até a nossa vizinha Florianópolis estão a dever muito e estão em estado de pré-insolvência. Não dá para brincar com o equilíbrio econômico-financeiro dos entes públicos nesses tempos de baixa arrecadação e de muita necessidade de responsabilidade fiscal”, disse o prefeito que, mais uma vez, criticou a atuação dos sindicatos na expansão dos gastos com pessoal.

“Os coitados dos gaúchos ouviram as sereias barbudas dos sindicatos e bateram com a sua barca no rochedo da incompetência”, disse.