Morre Silvino Dias, pai de Alvaro e Osmar

O agricultor Silvino Fernandes Dias, pai dos senadores Alvaro Dias e Osmar Dias, morreu na madrugada de ontem em Maringá, onde foi sepultado às 17h30, no Cemitério Municipal. Com 95 anos de idade – nascido em 17 de fevereiro de 1911 – Silvino Dias estava há alguns dias hospitalizado, ultimamente em estado de coma, vítima de pneumonia.

Natural de Guaratinguetá, estado de São Paulo, Silvino Dias cresceu em Quatá, no mesmo estado, onde casou-se com Helena Fregadolli Dias, que morreu em 2004. O casal teve nesta cidade, nove dos seus dez filhos: Orlando, Sílvio, Ademar, José, Alvaro, Hélio, Paulo, Bento (falecido ainda jovem, em acidente automobilístico em Maringá) e Osmar. A única filha, Terezinha, iria nascer em Maringá, para onde a família mudou-se em 1954.

Silvino Dias é um pioneiro de Maringá, onde começou a abrir uma fazenda em 1938, nos limites do local em que a cidade iria surgir, muitos anos depois, em 1947. Sua mudança do tranqüilo interior paulista para a região ainda em processo de desbravamento, do noroeste do Paraná, revela a característica dos pioneiros: coragem e determinação, uma vez que a época, vésperas da Segunda Guerra Mundial, era de apreensões. E o noroeste do Paraná uma floresta inóspita.

Silvino viajou do interior de São Paulo à nascente Londrina, no norte do Paraná, acomodando-se sobre o bagageiro de uma antiga "jardineira", nome que se dava aos antigos ônibus. De Londrina, viajou cerca de 100 km em lombo de cavalo, por um caminho rústico, pouco mais do que uma picada na mata virgem, até o povoado que viria a se transformar futuramente na cidade de Mandaguari.

Neste povoado, no escritório da Companhia de Terras do Norte do Paraná, empresa de ingleses que colonizavam a região, Silvino escolheu e adquiriu uma gleba de 100 alqueires, ainda de mata virgem, que escolheu por dispor de bastante água e por estar próxima ao traçado da ferrovia que ele já  sabia por onde iria passar.

Durante alguns anos, o pioneiro alternou-se em temporadas no meio da mata, participando pessoalmente da formação de sua fazenda de café, até 1954, quando mudou-se para lá com toda a família. Homem de personalidade rígida e princípios sólidos, Silvino Dias fez questão de proporcionar ensino superior a todos os seus filhos, mas a nenhum poupou do trabalho na fazenda que abriu.

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