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Bretas condena irmãos Adir e Samir Assad a 13 anos de prisão

O juiz federal Marcelo Bretas condenou o lobista Adir Assad e seu irmão Samir Assad a 13 anos de prisão por lavagem de dinheiro e pertinência à organização criminosa na Operação Irmandade. Os irmãos foram acusados pelo Ministério Público Federal de operar empresas de fachada que intermediavam o repasse de vantagens indevidas e geravam “caixa 2” para pagamentos de propina em espécie pela construtora Andrade Gutierrez a diretores da Eletronuclear na construção da Usina de Angra III.

Adir Assad está preso em Curitiba, no âmbito da Operação Lava Jato. O lobista já foi condenado pelo juiz federal Sérgio Moro a 9 anos e 10 meses de prisão por lavagem de dinheiro e associação criminosa.

Marcelo Bretas também condenou o operador financeiro Marcello Abbud a 11 anos pelos mesmos crimes dos irmãos Assad. Por lavagem de dinheiro, a lobista Sandra Maria Branco Malagó pegou 4 anos e sua irmã Sônia Mariza Branco, 5 anos e 10 meses.

O magistrado absolveu Raul Tadeo Figueroa do crime de lavagem de dinheiro e Sandra Maria Blanco do crime de organização criminosa.

O juiz mandou revogar as medidas cautelares decretadas contra Adir e Samir Assad e Marcello Abbud. O magistrado alegou que “não mais subsistem os requisitos legais para manutenção de tais medidas”.

“Expeçam-se os respectivos alvarás de soltura, se for o caso”, registrou Marcelo Bretas.

Na denúncia, o Ministério Público Federal apontou que os irmãos Assad e Marcello Abbud usaram “durante anos uma cadeia de empresas de fachada especializada em fornecer recibos falsos e notas fiscais frias para grandes construtoras”.

Segundo a Procuradoria da República, as empresas abasteceram o “caixa 2” da Andrade Gutierrez em mais de R$ 176 milhões, também usados para pagar propinas nas obras de estádios para a Copa do Mundo de 2014, do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e da Ferrovia Norte-Sul.

Executivos da Andrade Gutierrez prestaram depoimento durante o processo como delatores.

A acusação apontava que o esquema era constituído por empresas fictícias, algumas já baixadas e outras em franca atividade formal, numa sucessão de constituições societárias só no papel, para a venda de notas fiscais de serviços nunca realizados, a fim de permitir que grandes empreiteiras formassem uma milionária reserva de dinheiro não contabilizado para ocultar e dissimular o pagamento de propina a agentes públicos e políticos.

A reportagem entrou em contato com a defesa de Adir e Samir Assad e está tentando localizar os outros citados, mas ainda não obteve retorno.

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